guitar.

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[If I believe in love
And you believe in love
Then we can be in love, somehow
If you want the best for us
Like I want the best for us
Then we gotta learn to trust right now.]

{point of view; jake}

— Mas como você está?

— Enlouquecendo, mas acho que estou finalmente chegando em algum lugar. — Murmurei cansado e apoiei o cotovelo na mesa, segurando o celular contra a orelha.

— Fico feliz que esteja fazendo o certo. — Ele suspirou. — E.. como estão as coisas com ela?

Ah. — Pigarrei. — Estão na medida do possível, eu acho.

— Conseguiram conversar? — Indagou receoso.

— Não, ela não se sente preparada pra isso ainda. E eu entendo. — Respirei fundo e recostei as costas na cadeira. — Sinceramente, depois de tudo que aconteceu eu fico feliz dela ao menos falar comigo.

— Definitivamente você tem sorte dela ser tão boa, garoto. — Engoli a seco, assentindo. — Eu particularmente não te perdoaria.

— Isso é muito reconfortante, Alan, obrigado. — Zombei e ouvi sua gargalhada.

— Vou fazer uma visita essa semana, quero ver como vocês estão.

— Está bem pra isso? Se recuperou? — Finquei as sobrancelhas, receoso com a sua resposta.

— Estou no caminho, apenas continuo coberto por ataduras nos braços, mas meio que me acostumei. — Um barulho de vozes soou baixinho do outro lado, em seguida ele bocejou. — Vou assistir um filme agora e depois dormir, falo com você amanhã.

— Certo, boa noite. — Ele murmurou um pra você também e desligou. Deixei o celular sobre a mesa e estiquei os braços, estalando o pescoço antes de voltar a me posicionar na cadeira.

Estou chegando perto de você, Iuri. Quase sinto seu cheiro.

{...}

Levantei a cabeça às pressas quando ouvi um murmúrio, piscando algumas vezes e olhando ao redor, desconcertado. Que horas eu havia dormido?

Semicerrei os olhos e encarei meu relógio, que marcava duas e meia da manhã. Bocejei enquanto levantava da cadeira e ajeitava meu óculos no nariz, caminhando lentamente até o quarto de Julie, como fiz todos os dias na última semana.

O primeiro grito veio quando eu estava prestes a avançar o corredor, mas hesitei em continuar quando no minuto seguinte o silêncio se instalou novamente.

Franzi o cenho, dando mais um passo em direção ao quarto, bastava eu esticar o braço que alcançaria a maçaneta.

Mas, antes que eu o fizesse, a porta foi aberta às pressas, fazendo-me pular de susto e recuar um passo.

Apesar do escuro, era possível ver as feições de Julie graças ao abajur ligado na sala. Engoli a seco ao notar o pavor em seu rosto ensopado por lágrimas.

Ela olhou ao redor, desesperada e visivelmente abalada. Seu peito subia e descia com rapidez e era possível ver a camada de suor reluzindo em sua pele.

Não demorou muito para seus olhos marejados me encontrarem, encolhido no canto do corredor.

E-eu.. — Gaguejou com a voz embargada, envolvendo seu próprio corpo com os braços trêmulos.

Eu me sentia a beira de um colapso apenas por vê-la daquela forma, o que me impulsionou a acabar com o caminho entre nós em poucos passos.

— Julie.. — Murmurei, controlando-me para não despejar tudo que eu queria realmente dizer a ela. Eu sabia que não era justo fazê-la lidar com mais uma coisa naquele momento.

Where Are You?Onde histórias criam vida. Descubra agora