habit.

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{2/2}
[There's nothing like us
There's nothing like you and me
Together through the storm
There's nothing like us.]

{point of view; jake}

Eu me sentia a beira de um colapso nervoso, o turbilhão de sentimentos acumulados parecia borbulhar no meu peito apenas por estar no mesmo cômodo que ela.

Seus olhos faiscavam sobre mim e seu peito inflava rapidamente por conta da respiração descompensada, havia um milhão de pensamentos desconexos passando pela minha cabeça, embaralhando as palavras que eu tanto planejei dizer.

— É.. D-Desculpem-me invadir assim, tentei fazer uma surpresa e acabei não levando em consideração nossos últimos cenários vividos. — Ri fraco, sem graça. — Acho que não foi uma ideia muito boa.

— Não.. tudo bem, cara. Mas na próxima ao menos avise um de nós antes que eu acerte uma bala em você — Ergui as sobrancelhas, assustado com a aproximação do homem rabugento, ele desferiu um tapa nas minhas costas em forma de cumprimento e eu impulsionei pra frente com o impacto. Dan se afastou com uma outra risada engasgada, avaliando-me de cima abaixo antes de sorrir de canto. — Você está péssimo.

— Não tive muito tempo para me arrumar, Dustin me deixou aqui minutos antes de vocês chegarem. — Suspirei resignado, sentindo meu rosto esquentar ao senti-los me observando com mais atenção. Ainda não sou bom com isso.

Apertei o ramo de flores entre os dedos e respirei fundo, dando um passo à frente e tentando ignorar os olhos julgadores do outro casal presente.

Focando apenas no meu oceano favorito.

— Podemos..

— Sim. — Respondeu prontamente, logo repreendendo a si mesma pelo tom. Jessica soltou uma risada e eu deixei que um sorriso breve preenchesse meus lábios.

— Vamos dar licença á eles. — Dan murmurou em direção a ruiva, empurrando-a pelo ombro ao perceber que ela não estava disposta a sair.

— Mas eu..

— Esperamos vocês pro jantar. — Daniel fechou a porta e arrastou uma ruiva resmungona até que não conseguíssemos mais ouvir sua voz. Meu olhar recaiu sobre Julie, que encarava-me atentamente em silêncio.

Silêncio e mais silêncio.

— Isso é pra mim? — Ela tomou a frente após perceber que eu provavelmente não conseguiria, estava pateticamente estático. Seus olhos agora encaravam as flores meio esmagadas na minha mão e eu arfei, assentindo.

— Sim, elas estão um pouco.. — Franzi as sobrancelhas, estendendo o buquê amassado na sua direção. — Desculpe, acho que apertei demais.

— Tudo bem. — Seu sorriso singelo ao pega-lo da minha mão era estonteante, mas o choque da sua pele contra a minha foi a válvula para que todo ar sumisse dos meus pulmões. Merda, eu senti tanta falta disso. Dálias brancas.

Sim.. — Cocei a nuca, sentindo meu rosto esquentar com seu olhar sugestivo. — Espero que ainda sejam suas favoritas.

— Acho que nunca deixarão de ser.

Ela suspirou e levou o ramo até o nariz, fechando os olhos enquanto cheirava as pequenas pétalas.

— Precisamos conversar. — Murmurei engasgado e ela assentiu, dando um passo á frente e erguendo o queixo para me encarar.

— Vai me explicar por que não telefonou, Donfort? — Indagou rudemente, perdendo o brilho leve de segundos atrás.

Respirei fundo e levei minha mão até seu rosto, ainda um pouco hesitante. Ajeitei alguns fios soltos atrás da orelha e acariciei sua bochecha, tentando capturar cada mísero detalhe do seu rosto.

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