to help.

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[Your head's layin' right on my chest
Sun's up, but I still ain't got no rest
Don't wanna close my eyes,
I'm scared I'll miss too much
Don't wanna fall asleep,
I'd rather fall in love.]

{point of view; jake}

— O que está fazendo acordado? — A voz de Daniel chamou minha atenção repentinamente, fazendo-me desviar os olhos do computador e encará-lo.

— Estou investigando uma pista que Dustin achou, mas está sendo mais difícil do que eu pensei. — Passei a mão pelo rosto e voltei a olhar para a tela do computador. — Nenhum código padrão funcionou até agora.

— Bom, isso provavelmente significa que você está perto de algo importante. — Ele passou por mim enquanto falava, caminhando até a cozinha. — Não acha?

— É, talvez você esteja certo.

— Sempre estou. Agora acho que você deveria dormir um pouco, ninguém pensa direito com os miolos fritos. — Ele retornou com uma garrafa de água em uma mão, e, com a outra livre, desferiu um tapa na minha nuca. — Boa noite, pirralho.

— Boa noite. — Retribui o aceno de cabeça e massageei o local estapeado.

Pisquei algumas vezes e respirei fundo, voltando o foco ao computador. Só mais alguns minutos de trabalho não iriam me fazer mal.

Focado nos milhares de algoritmos que preenchiam a tela, eu perdi a noção do tempo. Quando o relógio marcou três horas da manhã, ouvi um murmúrio no corredor.

Franzi o cenho, parando de teclar para poder ouvir melhor. Em seguida o barulho se repetiu, várias e várias vezes. Como se alguém estivesse falando sozinho.

Arrastei a cadeira e me pus de pé em um pulo. Tirei os óculos e larguei-os em cima da mesa, começando a andar até os quartos em passos lentos, evitando ao máximo fazer barulho.

Esperei pelo som novamente e não demorou para que viesse, mais alto dessa vez. Claramente vindo do quarto de Julie.

Engoli a seco e parei em frente à sua porta, tomando coragem para bater. Dei o primeiro toque, o segundo e o terceiro, mas não houve respostas. Apenas um silêncio tênue.

Quando minha mão empurrou a maçaneta para baixo e a madeira rangeu, seu grito seguinte me pegou desprevenido. Meu coração acelerou e meus pêlos se arrepiaram pelo som estridente. Adentrei ao cômodo em passos rápidos e olhei ao redor, em busca de Julie.

E ela estava ali, normalmente deitada em sua cama. A luz da lua atravessava as cortinas finais e iluminava seu corpo, dando-me a visão perfeita das suas feições quando me aproximei.

Suor escorria pela sua pele clara enquanto seu corpo tremia sobre os lençóis, como se estivesse com muito frio apesar do aquecedor ligado. Levei uma mão até seu rosto, mas hesitei antes de tocá-la. Notei que, além do suor, também havia lágrimas saindo dos seus olhos, molhando sua face.

Ela gritou de novo, começando a se debater. Murmurando coisas que eu não conseguia entender, talvez pelo desespero avassalador que me atingiu.

Por favor, não faça isso — murmurou entre os gritos, com a voz embargada, fazendo meu coração afundar no estômago. Me aproximei mais, encostando em seu ombro, numa falha tentativa de acordá-la. — Não, não, por favor. — Ela balançou a cabeça junto aos braços, se afastando do meu toque.

Eu não conseguia mais vê-la daquela forma, meu cérebro parecia ter virado gelatina e nada mais importava além de tirar aquela dor dela.

Ergui seus ombros trêmulos o mais delicadamente que eu conseguia, fazendo-a ficar ereta. Me esgueirei atrás do seu corpo e recostei na parede, ficando de pernas abertas e deixando-a no meio.

Where Are You?Onde histórias criam vida. Descubra agora