[My past has tasted bitter for years now
So I will deny and face
Grace is just weakness
Or so I've been told.]{point of view; jake}
— Bom dia. — Alan pôs uma caneca de café em cima da mesa, ao lado do meu notebook. — Conseguiu alguma coisa?
— Houve um DNS Hijacking no celular, ao menos três dispositivos diferentes tiveram acesso a backdoor e todos os dados estão sendo coletados e monitorados há, pelo menos, dois meses. — Me recostei na cadeira acolchoada e envolvi a caneca quente com as mãos, deixando que o cheiro familiar me despertasse um pouco enquanto bebericava o líquido fumegante.
— Hã.. — Pigarrou, fazendo-me encara-lo. — Certo. Agora explique na minha língua, por favor.
— Entraram no celular e instalaram um vírus. Esse vírus deixa o software mais vulnerável para que qualquer dispositivo externo possa acessar com facilidade e sem alarmar. — Coloquei a caneca novamente sobre a mesa e aproximei o notebook. — Essa é a lista da quantidade de acessos externos que eu consegui captar.
— Então eles tinham tudo sobre ela? — Ele franziu o cenho enquanto encarava a tela e eu suspirei.
— Basicamente. — Cruzei os braços. — Agora estou tentando localizar o ip desses dispositivos, mas obviamente eles foram muito bem protegidos. Quem fez isso já esperava pelo meu movimento.
— E agora? — Sua expressão estava aflita novamente.
— Vamos atrás de algo que não esteja nos planos deles.
{...}
Despertei às pressas quando ouvi a porta da sala bater, erguendo-me em um salto do sofá.
— Que bom que conseguiu dormir um pouco. — A voz de Alan soou baixa enquanto eu tentava recobrar meus sentidos. Pisquei algumas vezes e massageei minha têmpora.
— Que horas são? — Franzi o cenho, esperando a neblina em meus olhos passar.
— Hum.. — Ele ficou em silêncio. — Quatro e vinte.
— Merda. — Bufei e fiquei de pé rapidamente, ignorando a tontura e a visão borrada. Me esgueirei até a mesa e me sentei, passando as mãos pelos olhos.
— Você está chateado por ter dormido por.. sei lá, uma hora e meia? — Ele franziu a testa, pensativo. — Céus, eu não sei como você não precisa usar óculos. — Ele se aproximou e puxou uma cadeira pra se sentar ao meu lado.
— Na verdade, eu preciso sim. — Bocejei enquanto digitava a senha do computador.
— E por que não usa? — Ele pôs uma sacola de mercado em cima da mesa e pescou uma barrinha protéica de dentro, colocando-a na minha frente. — Come.
— Eu uso as vezes, normalmente esqueço. — Dei de ombros, rasgando o pacote metálico e mordendo a barrinha.
— Você não se importa mesmo com a sua saúde, né? — Ele deu uma risada fraca e balançou a cabeça negativamente. — Comprei essas coisas pra você. Vê se come algo pelo menos duas vezes por dia, garoto. O corpo não sobrevive só com café e cigarro.
— Acho que se isso fosse verdade eu já estaria morto há anos. — Engoli o resto da barrinha e bebi um gole da garrafa de água que também estava dentro da sacola. — Mas agradeço a preocupação.
— Certo, estou novo demais pra ter um filho do seu tamanho. — Ele se levantou e ajeitou a cadeira. — Tenho algumas coisas pra resolver no escritório, daqui a pouco volto e tento te ajudar com essa coisa aí. — Apontou com a cabeça na direção do computador.
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Where Are You?
FanfictionTrês meses se passaram. Minha vida havia voltado ao normal, minha rotina simples e monótona estava nos eixos novamente. Eu estava longe de qualquer loucura que vivi nas últimas semanas. Então eu deveria estar feliz, certo? Eu deveria estar em paz po...