Leve-me ao céu

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"Eu posso ser um namorado melhor do que ele"

O som da porta sendo destrancada me fez levantar em um pulo. Como habitual eu corri até a mesma para receber Ran, mas...

- Ah... Oi, Rin. - Sorri desanimadamente.

- Oi Kira. Tudo bem?

- Sim... Eu acho. Como você entrou aqui?

- Ran me deu a chave dele enquanto estiver fora.

- ... Você também vai me deixar trancada aqui?

- Claro que não. - Rindou jogou as chaves sobre o balcão - Eu não sou como ele. Você pode sair quando quiser.

- ... Mesmo? Não vai contar a ele se eu sair?

- Kira. - O Haitani se aproximou e acariciou meu rosto, deslizando os dedos até a minha nuca - Eu não preciso fazer nada disso. Confio em você e sei que vai voltar em segurança. Mas é melhor sair disfarçada, tem caras da Bonten em todos os lugares.

- Obrigada... Mas eu não quero realmente sair, eu gosto daqui. Invés disso, eu fico feliz em saber que você confia em mim.

{...}

Alguns dias se passaram e as coisas não mudaram tanto quanto eu pensei que mudariam. Assim como Ran, Rindou saía de manhã e voltava somente de noite, então nós quase nunca nos víamos.

Rin estava dormindo no quarto de visitas, e eu no mesmo de antes. Mas a ausência de alguém na cama comigo vinha me deixando mais carente do que de costume.

Eu estava em frente à pia lavando alguns pratos quando Rindou chegou. Ele não disse nada, apenas passou direto como de costume e foi até seu quarto para tomar banho.

Enquanto eu fazia meu trabalho, me peguei lembrando das palavras cruéis de Ran. A culpada pela morte do nosso bebê era eu. Talvez ele tivesse razão... Nós estávamos bem até eu iniciar aquela discussão. Talvez, se eu tivesse ficado quieta Sachiko ainda estaria viva, e eu estaria quase no sétimo mês de gravidez.

Pensar nisso fazia meu peito doer. Uma lágrima solitária desceu pelo meu rosto enquanto eu suspirava tristemente. Já não poderia mais chorar como no primeiro dia, agora que a minha dor era silenciosa.

- Kira, onde ficam os... Ei, o que aconteceu? - Rindou correu até mim e me abraçou. Estranhamente, ele usava apenas uma camisa branca e uma toalha ao redor da sua cintura.

- Não é nada... Eu tô bem. - Esfreguei os olhos com a manga longa da minha blusa - Por que você tá sem roupa?

- Está chorando por causa dele, não é?

- E-eu...

- Akira... - Conforme eu me virei, Rindou me abraçou por trás, me fazendo sentir sua respiração quente em meu pescoço - Para de sofrer por aquele merda, me deixa te provar que eu sou melhor que ele...

- V-você não devia f-falar assim do seu irmão... - Me encolhi ao sentir suas mãos escorregando pela minha cintura.

- Eu não aguento mais ver você chorar por ele... E não aguento mais esconder esse maldito sentimento. Eu amo você, Akira. - O hálito quente do Haitani na minha pele me fazia arrepiar. Suas mãos percorriam todo o meu corpo ainda de uma forma respeitosa e cautelosa, como se aguardasse pelo meu constante consentimento.

Send Me Orchids - Ran Haitani Onde histórias criam vida. Descubra agora