Send Me Orchids - Ran Haitani

Família

"Perdendo o sono enquanto perco a minha mente"

Ran olhou para o nada visivelmente pensativo, mas logo um sorriso surgiu em seus lábios.

- Que ótima notícia, meu amor... Eu sabia que nós iríamos conseguir! - Ele me puxou pela mão me fazendo ficar de pé, seus olhos instantaneamente caíram sobre a minha barriga.

O Haitani se ajoelhou na minha frente e encostou o ouvido na minha barriga, como se tentasse ouvir o bebê.

Ran não me deu nenhuma opção além de voltar para casa com ele.

{...}

Três meses se passaram desde então, e eu estive trancada no meu antigo "lar", se é que eu posso chamá-lo assim.

Ran se manteve muito calmo e bem humorado durante todo esse tempo. Eu fui proibida de sair de casa, e até mesmo de ir até as janelas, já que as mesmas estavam cobertas por grandes grades de ferro.

Agora com nove meses de gravidez, minha barriga já estava enorme e eu não conseguia fazer quase nada além de ficar deitada e algumas poucas tarefas simples.

Eu estava de pé na frente da pia lavando alguns pratos quando a porta de entrada se abriu e Ran entrou silenciosamente. Assim que tirou seus sapatos o Haitani se aproximou lentamente, deslizando as mãos pela minha cintura enquanto me abraçava por trás.

- Está tudo bem, querida? - Sussurrou beijando a minha bochecha com delicadeza e afeto.

- Sim.

Ran deu uma risadinha antes de me beijar novamente e ir até o banheiro. Ele parecia tranquilo e até mesmo bem humorado.

Eu pude ouvir o som do chuveiro
do banheiro do quarto enquanto terminava a minha tarefa. Senti uma pontada estranha na barriga, seguida de uma forte cólica, a dor era insuportável e parecia que eu ia morrer.

Com esse evento repentino, eu larguei o prato que segurava, ele caiu no chão e se partiu com a queda. Eu gritava alto enquanto segurava minha barriga, já não conseguia nem mesmo ficar de pé.

De repente, senti algo quente escorrer pelas minhas pernas. Com a mão trêmula passei as pontas dos dedos ali, de onde meus dedos saíram encharcados de sangue. O desespero tomou conta de mim e eu comecei a chorar e tremer.

- D-de novo não...

- Akira! - Ran surgiu na porta do quarto vestido com uma calça de moletom preta e um suéter da mesma cor. Ele parecia assustado.

- Ran! Eu estou entrando em trabalho de parto! - Gritei junto a um gemido de dor.

- Puta merda! Vamos para o hospital, agora! - Ele se aproximou e segurou minha mão, me apoiando em seu ombro - Consegue caminhar até o elevador?

- Não! Tá doendo demais!

- Porra! Certo, tenta controlar a sua respiração, ok? - Ran me levantou no colo e me levou rapidamente até o elevador.

Nós descemos até o estacionamento e paramos em frente ao carro. O Haitani me ajudou a me sentar no banco do passageiro, fechou a porta e em seguida foi até o banco do motorista.

Nós chegamos no hospital tão rápido que mal tive tempo de reação. Ran me ajudou a sair do carro e nós entramos enquanto ele gritava que eu estava em trabalho de parto. Rapidamente muitas enfermeiras chegaram e me levaram a uma sala onde fizeram exames rápidos e me ajudaram a trocar minhas roupas pela camisola hospitalar.