Helena pegou sua bolsa e caminhou em passos largos para fora do restaurante, enquanto César ficou olhando confuso e perdido. E mesmo assim correu pagar a conta e saiu depressa atrás da esposa sem se despedir da médica que tinha um sorriso vitorioso nos lábios.
Avistou Helena andando de um lado para o outro e quando a alcançou, ela chamou um táxi.
César: Helena, me espera!
Ele se aproximou e a olhou nos olhos. Ali notou que teria mais problemas do que imaginava. Conhecia bem aquele olhar, perdido, vazio. A conhecia perfeitamente bem, e sabia que ela não ousaria em fazer um escândalo em público, estava tentando se controlar, e era notório. Ele temeu quando a segurou no braço puxando-a para perto de si. Quando sentiu ser tocada pelo marido, Helena puxou seu braço com tanta violência quase o derrubando.
César: Meu amor, fique calma! Eu não tive culpa de nada... Meu Deus, como posso desligar meu passado? Ele disse nervoso passando a mão no cabelo.
Helena: Acho que nunca, doutor César Andrade de Melo, NUNCA! Ela grita.
César tentou segurá-la novamente, mas o táxi chegou e ela embarcou. Ele ainda tentou impedir que ela fosse segurando a porta aberta, mas ela chorando o empurrou fechando-a, fazendo o motorista leva-la para longe daquele lugar infernal. César ficou ali parado olhando a traseira do taxi que se distanciava. Ele estava agoniado, e rapidamente chamou por outro carro e saiu desesperado atrás dela.
César: Acho que hoje pagarei por todos meus pecados! Disse para si, sabendo o tamanho da tempestade que viria.
Helena entrou no quarto e se deparou com o ambiente mais romântico que já havia visto em toda sua vida. O quarto estava deslumbrante, tinha velas acessas dentro de pequenos copinhos com água espalhas por todos os cantos fazendo uma trilha da cama até a hidromassagem que borbulhava cheia de espuma, o chão e a cama estavam cobertos de pétalas de rosas vermelhas. E em cima da mesa tinha um balde com champanhe, gelo e duas taças ao lado. Helena sentiu uma forte dor no peito, seu rosto estava banhado de lágrimas, não tinha controle das emoções e odiava se sentir assim.
César chegou ao hotel um pouco depois de Helena, ela estava saindo no banheiro quando ouviu a porta do quarto abrir e seu corpo se contraiu de raiva na hora que seu olhar cruzou com o do marido.
César: Meu amor, porque fugiu de mim?
Helena: Não quero conversar, não quero ouvir sua voz e não quero te ver....
César: Helena, eu não fiz nada!
Helena: Não fez? Pare de ser cínico, César! Isso não combina com você.
César: Eu cínico? Eu não fiz nada demais....
Helena: Ah, você fez sim... estava flertando descaradamente com ela.
César: Você está vendo coisa onde não existe, Helena!
Helena: Eu sei muito bem o que eu vi... Disse com voz carregada de raiva, de ira. Minha vontade era virar a mesa, quebrar a cara daquela desgraçada, e você... ah você, César! Eu quero te matar. Disse bradando.
César: O que queria que eu tivesse feito? Eu tentei desviar o tempo todo, não tive culpa... Fique calma Helena, olha como você está.
Nesse momento Helena foi tomada por uma fúria tão grande que se sentiu do tamanho de um gigante, estava a ponto de cometer uma loucura. Mas puxou o ar com força e quando soltou, foi impossível não lembrar das mulheres tocando em seu marido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Família
FanfictionO grande reencontro de Helena e César após 15 anos separados renderam diversos sentimentos, e após muita luta e determinação, ambos conseguem cicatrizar as feridas abertas e se entregar para o verdadeiro amor, que por muitas vezes parecia estar ador...