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Helena estava uma pilha de nervos quando entrou novamente na sala de reuniões.

Helena: Me perdoem o transtorno... Vamos continuar.

Juan: Helena, acho melhor esquecermos isso... O erro foi meu e não quero lhe trazer problemas. Eu gostaria muito de trabalhar aqui, estava até comentando com a professora Santana.... Mas depois de hoje, acho que não há clima para trabalharmos juntos.

Helena: Senhor Juan, se o senhor ficar desconfortável eu entendo, mas o colégio ficaria muito satisfeito de tê-lo como professor. Somos profissionais e Lorena me falou que o senhor é bom e que gostaria que você trabalhasse aqui. Portanto, não tem porque não contratá-lo... Será por um período de experiência como todo contrato de trabalho que fazemos aqui no colégio. E nesse período iremos avaliar sua dedicação e seu profissionalismo.

Juan: Obrigado, diretora Helena. Mas não sei... e o doutor César?

Helena: Estamos aqui tratando de negócios senhor Juan, e é por isso que o senhor está aqui. Não é uma vista social nem nada parecido... E eu sou uma pessoa coerente com o lado profissional, nunca negaria trabalho para um bom profissional, nem pela aparência, nem pelo nível social, estado ou credo. E não faria por desavenças pessoais... Porém, estou aqui como uma das donas e diretora do colégio, e não admitirei nenhum outro tipo de tratamento, entendido?

Juan: Sim senhora diretora...

Helena: Mas teremos uma relação cordial, não quero também que se bloqueie a falar comigo... Eu trato nossos funcionários cordialmente e respeitosamente e esse será o modo que nos trataremos.

Juan: Acho ótimo, e admiro sua imparcialidade.

Helena: Está certo. Seja muito bem-vindo. Quando puder traga sua documentação e entregue para a Rosinha minha secretária... E até ano que vem no início do período letivo.

Juan se levantou e fez um gesto de concordância com a cabeça. Estendeu a mão a Santana se despedindo e quando fez o mesmo com Helena, assim que encostou na mão dela, ambos sentiram uma corrente elétrica percorrer seus corpos e rapidamente se separaram.

Helena: E... sobre o que aconteceu conosco no passado, vamos deixar no passado tá bem?

Juan: Sim, claro. Como a senhora quiser... Obrigado pela oportunidade. Até logo, professora Santana.

Juan olhou fixamente nos olhos de Helena, deixando-a incomodada. Ele tinha um sorriso indecifrável nos lábios e ao perceber que ela estava sem graça ele se retirou da sala.

Santana: O que foi aquilo, Helena?

Helena: Você não viu nada... Eu estou com um problema do tamanho de um elefante.

Santana: Uma pena ter aula agora, nos vemos depois para me contar como foi com o César?

Helena: Não sei... Estou com um pouco de dor de cabeça, acho que vou para a casa.

Santana: Não é melhor chamar o César? Lembra que o médico disse, não pode passar nervoso.

Helena: De jeito nenhum, não quero vê-lo tão cedo... Pra você ver...quem me faz passar nervoso é meu marido que é médico. Que ironia, não?

O sinal soou e Santana teve que deixar Helena sozinha, mesmo contra sua vontade. Estava preocupada com a amiga, mas não poderia deixar os alunos sem aula. Helena um pouco mais calma voltou para sua sala e se deitou no sofá. Sua cabeça doía um pouco sentia seus músculos rígidos e doloridos, estava tensa e triste por ter brigado com o marido. Com o corpo esticado no sofá ela colocou o braço esquerdo sobre os olhos tampando a claridade. Depois de alguns minutos, suas amigas ficaram preocupadas com seu silêncio.

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