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Helena gritou aturdida quase deixando-os surdos, tamanho foi seu espanto. Mordeu o lábio tentando se conter, queria gritar aos quatros ventos o quão feliz e completa estava se sentindo. Passou a desenhar em sua mente os rostinhos daqueles seres que já eram muito amados. César estava inteiramente tomado pela emoção e acariciando ela no braço abaixou e tocou mais uma vez aqueles lábios tão desejados com os seus, fechou os olhos e pôde sentir a respiração descompassada de Helena aquecer o próprio rosto e, em seguida murmurou algumas palavras próximo ao seu ouvido.

César: Obrigado... Obrigado meu amor, obrigado! Disse emocionado com o coração repleto de gratidão.

Alberto: Parabéns aos dois! Aqui estão os bebês de vocês. Disse apontado para tela.

Helena tinha os olhos vidrados na tela do monitor, nem piscar ela piscava, ela queria emoldurar aquela cena, gravar na mente, subconsciente, gravar na alma aquele momento mágico e sublime que estava vivendo.

Helena: São tão pequenos. Disse focando o olhar em dois pontinhos no meio da tela.

Seu sorriso não cabia no rosto, estava vendo seus filhos pela primeira vez, não conseguia achar palavra para expressar tamanha emoção nesse momento.

Alberto: Sua gestação é de 8 semanas, Helena!

Aquelas palavras soaram feito música para o ouvido dela. Das outras vezes que engravidou, não passaram de cinco semanas, e saber que dessa vez tinha ultrapassado, ela se sentia aliviada. Em torno de sete meses nasceriam aqueles que seriam o seu novo mundo e por volta de oito semanas, aquelas vidas lhe haviam feito morada. Com essa informação ela soube exatamente o dia de sua concepção, o reencontro deles em Petrópolis, o dia que resolveram se unir em um só corpo, matando a saudade de anos dilacerava seus corações.

Helena: Mas está tudo bem com eles, não está?

Alberto: Estão muito bem, em perfeito desenvolvimento... Aqui está o saco gestacional com dois embriões. Querem escutar os coraçõezinhos?

César/Helena: Sim!

O médico mexeu em um botão no aparelho e o som que estava baixo foi ganhando altura e intensidade. O casal não conseguiu conter as lágrimas e se deixaram levar pela emoção. Era mágico poder ouvir os corações que batiam a cento e quinze batimentos por minutos.

César: Nossos bebês, nossos filhos, Helena! Disse com lágrimas nos olhos.

Helena: Meus Deus, que emoção, como é bom ouvir isso. Disse banhada em lágrimas.

Alberto: É lindo não é? Se vocês quiserem já podemos iniciar o acompanhamento do pré-natal hoje mesmo.

César: Claro!

Doutor Alberto deu a Helena alguns lenços de papel para ela se limpar, mas foi impedida pelas mãos do marido que com todo cuidado e devoção, limpou o ventre que abrigava seus dois tesouros. Alberto passou a mão no telefone e chamou pela sua assistente que não demorou a aparecer. Ele fez mais alguns exames, solicitou outros e prescreveu algumas vitaminas. Helena logo contou o histórico de abortos que havia tido anos atrás, enquanto o médico anotava tudo na ficha dela, César aproveitou para relatar alguns episódios que ela teve de dores de cabeça e pressão alta.

Alberto: Helena, serei o mais sincero possível... Sua gravidez é de risco! Por diversos motivos, sendo eles sua idade, seu histórico de abortos, pressão alta e por ser uma gestação gemelar... Mas não se preocupe, nós iremos fazer o possível para que ela chegue até o final.

Helena: Agora eu fiquei preocupada, como assim de risco?

Alberto: Os fatores são de risco, e o que mais me preocupa é a elevação da pressão arterial. Mas não se preocupe, é só fazer o acompanhamento certinho e seguir as orientações que será um sucesso.

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