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Heloisa deitou-se sobre o corpo gelado da irmã e desabou a chorar. Em meio às lágrimas, tateou o chão ao redor em busca de seu celular. Tentou ligar novamente para o celular de César, mas caiu diretamente na caixa postal. Ao ligar para Marcondes, também não obteve resposta. Então, em meio ao desespero, ela se lembrou de Estela, e rapidamente buscou o contato na agenda do celular, torcendo para que ela atendesse.

Heloisa: Alô! Estela? Estela pelo amor de Deus me ajuda, a Helena está morrendo, ela está sangrando muito, ela desmaiou e eu não sei o que faço.

Estela: O que aconteceu, Helô? Onde vocês estão?

Helô: No colégio... vem pra cá, Estela. Eu não quero perder minha irmã. Desesperada, ela disse.

Heloisa chorava desesperadamente ao telefone, com lágrimas misturando-se ao suor que escorria pelo seu rosto.

Estela: Calma, eu sei que é difícil, mas calma. Vou enviar nesse momento uma ambulância.

Helô: Ela está inconsciente e perdendo sangue, não sei o que fazer, Estela. Com as mãos manchadas de sangue, Heloisa usou o dorso para enxugar o suor que escorria em seu rosto. Os segundos se estenderam como uma eternidade.

Estela: Helô, preste atenção, é fundamental que você mantenha a calma agora. Não pode mexer na Helena, em hipótese alguma. Aguarde a chegada da ambulância. Estou aqui com a equipe, pronto para ajudar vocês. Vou tentar encontrar César e Alberto.

Helô: Tá...Tá bom, Estela! Não demora, por favor.

Em lágrimas, Heloisa encerra a chamada e volta sua atenção para Helena, que permanece inconsciente, perdendo sangue abundantemente.

Helô: Helena! Fala comigo, Helena. Por favor, não me deixe aqui.

Heloisa, novamente, deitou-se sobre o corpo da irmã. O desespero era palpável, e as lágrimas incessantes escorriam sem dificuldade, os minutos estavam se transformando em horas para seu desespero.

Deitada sobre o corpo de Helena, bem ao longe, ela pôde ouvir a sirene da ambulância se aproximando, e, olhando para o alto, ela agradeceu a Deus. A chegada da ambulância representava a esperança de socorro e alívio para a situação crítica que as duas irmãs enfrentavam.

Com rapidez, os socorristas entraram no colégio, se guiando pelos gritos de Heloisa eles chegaram à diretoria. Enquanto Heloisa, abalada, narrava os acontecimentos, os profissionais iniciavam os primeiros socorros com urgência. Helena permanecia inconsciente, aumentando a tensão entre todos.

Helô: Por favor, ela está perdendo muito sangue! Você precisa levá-la imediatamente, a gravidez dela é de risco, moço. Segurou firmemente o braço do homem. O médico dela alertou que se ela tiver um parto normal, pode ser muito perigoso, entendeu? Leva ela, por favor... Eu posso ir junto? Atordoada e ansiosa, ela expressava suas preocupações rapidamente.

Socorrista: Pode sim, iremos leva-la ao Miguel Couto.

Helô: Ela é esposa do doutor César Andrade de Melo, vocês não podem leva-la a clínica dele?

Socorrista: Não podemos, moça. Temos que ir ao hospital mais próximo.

Heloisa não pôde conter as lágrimas ao ver a irmã sendo colocada dentro da ambulância. Helena, sua irmã mais velha e porto seguro, estava vulnerável, e para Heloísa, era como se tivesse tirado o chão dos seus pés. A incerteza do que estava por vir eram esmagadoras.

Enquanto isso, César estava saindo exausto do centro cirúrgico quando Estela e Alberto conseguiram localizá-lo.

César: Que cara são essas?

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