Fragmentos do Passado

5- Futuro

Uma coisa que Cristina apreciava em Nakime, era em como a garota demonstrava os seus sentimentos da maneira mais intensa possível, além da facilidade em que ela tinha para aproximar as pessoas de si.

Cristina sempre observava o cuidado em que a garota tinha com os seus irmãos e em como eles eram a prioridade. A medida que foram crescendo, isso não mudava e apenas se tornava mais forte.

Ela e o seu esposo acompanharam cada passo dos três. Eles estavam se tornando pessoas incríveis, além de que, Cristina e Marco previam que eles poderiam virar grandes guerreiros no futuro.

Kisho era extremamente inteligente e estava no processo da aprendizagem sobre a magia medicinal. O seu intuito, era poder salvar as pessoas da morte, pois ele não pode fazer isso quando sua antiga alcateia fora atacada.

Heloisa aprendia a dominar a magia natural, para poder preservar as belas florestas e quem sabe, um dia virar uma guardiã. Outro fato importante que descobriram sobre Heloisa, era em como a garota possuía uma força sobre-humana. Marco trabalhava com ela, para que ela conseguisse controlar e utilizar essa força nos momentos certos.

Já Nakime, desde criança possuía uma facilidade invejável de dominância na magia. Não apenas uma. Ela conseguia controlar vários tipos diferentes, mesmo sendo jovem e inexperiente. Além de também ser uma ótima lutadora.

Cristina se via em Nakime, quando era mais nova. Não o fato de ser extrovertida e superagitada, mas sim em como as duas eram prodígios na juventude. A mesma facilidade que a garota tem agora, Cristina também tinha na sua idade, logo, esperava que Nakime se tornasse alguém tão importante quanto ela fora.

O casal havia reparado numa espécie de cicatriz nas costas de Nakime. Mas o curioso, era que aquela cicatriz parecia formar algo, como uma espécie de símbolo. Eles perguntaram para Nakime se ela sabia sobre essa suposta cicatriz nas suas costas e a garota negou, dizendo que se houvesse algo ali, poderia ser de alguma fuga ou alguma queda da garota.

...

Como Cristina conhecia a rainha e Nakime estava se aproximando de sua filha, a mulher pediu um favor para sua amiga. Ela queria que os três tivessem um lugar digno para morar mesmo que na floresta. Eles haviam se acostumado com a vida ali e não se importavam de continuar vivendo no mesmo ambiente. Porém, eles estavam crescendo e não conseguiam encontrar troncos que os coubesse. O pedido de Cristina à rainha era que ela lhe ajudasse a construir uma casa para eles. O rei nem se interessou sobre o assunto e deixou que a sua mulher cuidasse disso. A rainha topou a ideia e ajudou com materiais e com pedreiros para o serviço.

Depois de alguns meses, o trio finalmente tinha uma casa própria bem no estilo deles. Era uma simples casa na árvore, com uma sala de jantar e  quarto para os três, além de um banheiro para poderem fazer suas necessidades. A rainha havia escolhido uma árvore de porte grande e bem grossa para sustentar a casa. Porém, não podiam fazer um chuveiro ou um fogão ali dentro. A ideia inicial era continuar a tomar banho no rio, mas Cristina insistiu para que pelo menos isso, eles fizessem na sua residência: ela temia que alguém pudesse bisbilhotar os três. Sobre a parte da cozinha, eles cozinhavam do lado de fora, com um modelo de "fogão" que era utilizado em batalhas, quando não se tinham um lugar fixo para viver. Os seus alimentos eram guardados em armários e um pequeno freezer.

Os três não sabiam como agradecer à Cristina e principalmente à rainha. Eles prometeram que iriam retribuir de alguma forma, mesmo que houvesse negação da parte das duas.

Mesmo que fossem extremamente gratos aos novos pais que a vida lhes deu, Nakime, a medida em que ia ficando mais velha, não achava certo ser sustentada pelos dois e os seus irmãos compartilhavam da ideia. Então, surgiu a possibilidade de começarem a procurar um trabalho. Já eram adolescentes e querendo ou não, tinham experiência com bastante coisa, graças a vida na floresta. Cristina e Marco não concordavam e diziam que não se importavam de ajudar os três, afinal, fizeram isso desde a infância deles.