49- Conexão

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Assim que Nakime se retirou da sala, seus pais já não estavam presentes no local. Ela decidiu então, que seria um momento perfeito para tentar se resolver com o irmão. Mesmo que a discussão não fora tão grande, já havia impactado de alguma forma no ambiente, o deixando mais "pesado". Quanto antes ela resolvesse, melhor para todos seria.

Seguindo em direção ao elevador, os seus planos mudam ao receber um chamado da princesa:

— Nakime, podemos conversar po um instante?

— Claro, Aline. — A princesa estava na direção oposta em que se encontravam as celas, mas também caminhava na direção do elevador, o qual indicou para que Nakime continuasse seguindo.

As duas subiram os andares até os jardins em completo silêncio. Aline estava serena, diferentemente de alguns momentos atrás, no qual o seu estresse era mais que evidente.

No momento em que chegaram, elas se direcionaram até a mesa onde a princesa costumava tomar o seu chá e de imediato, após se sentarem, Aline começou:

— Creio que vocês tenham conversado... — Nakime concordou. Aline não olhava diretamente para a garota, fixando sua visão na mesa. — Nakime, eu preciso que você saiba, que de forma nenhuma eu estou querendo te prejudicar, ou que estou com raiva. Esses últimos ocorridos não eram nem de perto uma coisa que eu pudesse imaginar, e confesso que eles tem me estressado bastante. Sei que temos provas que podem inocentar a garota, mas eu não posso dar o luxo de sermos traídos tão facilmente assim. Eu preciso cuidar da minha nação, assim como preciso ajudar vocês, por que também são família pra mim. Eu não confio na Lídia, e já passou de ser uma questão pessoal. Você sabe bem o por quê.

— Eu sei... Não precisa se preocupar quanto a isso. Sei que vai ser um processo até que a Lídia realmente se prove confiável. Eu também agi de cabeça quente... Não deveria ter deixado as emoções tomarem conta. Eu confio em você Aline, se não, não teria buscado a sua ajuda quando mais precisei...

Aline sorriu timidamente. Apesar de todo uma nação para cuidar, ela também se empenhava para manter os seus amigos protegidos. Eles foram os primeiros e talvez até únicos amigos verdadeiros que ela havia feito, desde a infância:

— Apesar de não gostar muito dessa hipótese, eu darei uma chance para que ela prove a sua confiança. Afinal, essa foi a minha palavra desde o início.— Delicadamente, Aline segurou as mãos de Nakime. — Sei que posso contar com você para isso, mas por favor, tenha cuidado...

Nakime sorriu para Aline. Ficara feliz de saber da confiança da princesa na sua pessoa, além de se "resolverem", dos últimos ocorridos. Naquele momento, era necessário que todos estivessem do mesmo lado, sem nenhuma brecha para problemas.

Agora, o próximo passo, era se resolver com o irmão...

...

A dor agonizante havia voltado. Lídia novamente se contorcia, enquanto esperava por alguém que pudesse lhe ajudar.

De repente, ela escuta alguns passos caminhando para próximo de onde ela estava.  Com muita dificuldade, ela se virou para a porta da cela se deparando com um homem, ao qual ela não havia o visto em nenhum momento desde que chegara em Eatonia:

— É, você tem cara de princesa rebelde. — Era um homem alto, da pele negra, com os cabelos em dreads soltos. Era forte, além de possuir uma áurea extremamente sombria.

— Quem... Quem é você?

— Muito prazer, Vossa ex Alteza. Sou o Natan, marido do soldado mais gato de Eatonia. — Lidia apenas o encarava, esperando por alguma resposta um pouco mais concreta, sem esconder sua feição de desentendimento.  — Enfim, me senti na obrigação de vir eu mesmo falar com você, já que tem passado por uma situação parecida com a minha. Precisa provar que é confiável para os outros, não é?

Fragmentos do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora