9- Dever de um líder

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- Nakime! Acorda!

A garota da um pulo da cama em completo desespero, enquanto Lídia a abraça tentado lhe acalmar:

- Foi o mesmo pesadelo de novo? - Perguntou Lídia fazendo um leve carinho em suas costas, enquanto sentia a respiração e o coração de Nakime desaceleraram aos poucos.

- Fo.. Foi... Me desculpa por te assustar assim...- Nakime se solta de Lídia e abaixa a cabeça.

- Se quiser, podemos ir para a vila das fadas para que elas te ajudem com esses pesadelos... Elas são as mais experientes em saber lidar com o subconsciente.- Disse Lídia segurando o rosto da garota, que evitava olhar para ela.

- Tá tudo bem... Eu lidei com isso a minha vida inteira... Sem contar que é a primeira vez em anos que acontece de novo. Eu estou bem.- Disse Nakime com um sorriso sincero eu seus lábios.

- Sendo assim, eu confio em você... Mas se precisar de algo por favor, não pense duas vezes antes de me pedir.- Nakime concordou com a cabeça e um silêncio se estabeleceu entre as duas. A princesa permanecia com as suas mãos no rosto de Nakime.

Lídia estava no escuro, enquanto Nakime era iluminada pela luz do luar que passava pelas cortinas. Seus olhos brilhavam por conta das lágrimas que estavam secando e seu rosto mostrava um certo cansaço e medo. A única coisa que podia se ouvir naquele quarto, era a leve respiração das duas garotas:

- Acho que eu preciso dormir. - Nakime cortou o silêncio com uma risada constrangida.- Amanhã é um dia bem importante...

- Claro, claro! - Lídia se ajeitou na cama, deitando novamente e abrindo os braços para que Nakime deitasse junto com ela. A garota riu, mas logo deitou-se, aconchegando o seu corpo nos braços de Lídia. As duas faziam isso desde que eram adolescentes. Era confortável e quentinho.

- Boa noite...- Sussurrou Lídia.

- Boa noite...

...


O dia mal amanhecia e Lídia e Nakime já tinham que estar de pé. Cada uma iria para uma area diferente, pois tinham obrigações a cumprir, antes da apresentação dos novos guerreiros.

Como um convite do rei, a família de Nakime fora para o Palácio bem cedo, para que pudessem se arrumar perto de Nakime. Ela precisava de apoio pois era um dia muito significativo para a sua vida.

Depois de um tempo sem sol, ele finalmente saia por de trás das nuvens, aquecendo o dia com um calor não muito intenso. Combinando ao sol, as brisas de vento gélidas cortavam o tempo estabelecendo um clima perfeito. As folhas das árvores estavam num tom verde vivido e já era possível ver pequenos brotos de flores crescendo em seus galhos.

Os vestiários estavam divididos para os meninos de um lado e para as meninas de outro. Cada vestiário possuía um manequim para cada soldado com sua roupa da apresentação: por baixo, ambos vestiam blusas de manga comprida e gola alta na cor azul claro, com o símbolo do Palácio bordado do lado esquerdo, (eles também ganhariam outros uniformes com essa temática, além de suas armaduras.) por cima da blusa, usavam um terno numa tonalidade mais escura, com detalhes prateados, calças para ambos os gêneros e a boina de soldados.

As mulheres utilizariam coques e os homens escondiam seus cabelos com a boina.

Nakime estava no vestiário conversando com outras garotas sobre o futuro de cada uma, até que alguém bate na porta. Eram Cristina e Marco. As outras meninas foram para um canto maior do local e deixaram Nakime conversar com seus pais:

- Olha só para você! - Cristina não conteve a emoção.- Nem parece a mesma garotinha travessa de alguns anos atrás...

- Você está linda, minha filha! - Disse Marco, também emocionado, porém um pouco mais contido que sua esposa.

Fragmentos do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora