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Cobra

Karina: Tu vai continuar nessa palhaçada até quando?-a maldita chegou cheia de marra como se a casa fosse dela

Cobra: Eu te chamei aqui?-perguntei sem nem render e voltei a fazer meu pré treino

Karina: Essa casa também é minha-bateu o pé enquanto cruzava os braços

Cobra: Sua?-debochei nem acreditando na cara de pau-Tu que pagou?

Karina: É nossa casa Bernardo, somos casados

Cobra: Nós éramos casados Karina-frisei o "éramos"

Karina: Já tá com outra aqui dentro?-perguntou olhando em volta

Cobra: Namoral Karina, vou te dar cinco segundos pra tu sair daqui ou eu vou mandar um dos moleques te tirar-falei já irritadão, tava sem paciência pra ela

Karina: Eu quero ver tu me tirar daqui-sorriu debochada achando que eu não ia fazer, nem parecia que foi minha mulher

Porra, quando eu falava que só matando uma filha da puta dessa ainda tinha nego que achava exagero.Peguei meu radinho e já bati para os menor virem tirar, tava nem afim de encostar nela, do jeito que era maluca ia começar a gritar falando que eu tava batendo, não que eu não tivesse vontade, mas não ia sujar minha mão com essa filha da puta.

Putão: Chamou patrão?-perguntou um dos meus seguranças

Cobra: Tira essa daí-Karina me olhou com ódio puro-E manda avisar que ela tá proibida de entrar aqui

O menor pegou pelo braço e saiu arrastando enquanto ela fazia um escândalo, tá doido, me deu até dor de cabeça.

Tava cheio de dor por causa dessa porra de tiro que eu tomei e ainda tinha um monte de problema pra resolver, fiquei sabendo de um dos x9 que estavam infiltrados no Jacaré, o morro rival do meu, que estavam com a planta de todas as bocas aqui da favela na ponta do lápis, isso só significava que tinha alguém dando o local.

Pode parecer coisa boba pra quem tá de fora, mas na hora dos alemão invadir fica mais fácil deles levarem nossas drogas e armas, fora que rato aqui na minha favela não se cria, coloco logo veneno.

***

Tava subindo pra quadra desenrolar com os menor o novo pagamento quando só vejo um molequinho vindo correndo na minha direção e se jogando no meu colo.

Isaac: Tio- grita animadão enquanto eu o pego no colo

Cobra: Côe rapaz, pode correr assim não ein-dei logo uma bronca-Se passa uma moto e te atropela sua mãe me mata

Isaac era filho da Duda, crescemos juntão po, vi a mina sofrer legal quando o pai do moleque não quis assumir e finge até hoje que não tem um filho, na época eu dei o papo que ia dar uma cobrança nele, o babaca era um playboyzinho de merda que ia se mijar nas calças quando visse a glock na cintura com pentão de trinta.

Isaac: Eu sei, e eu não tô com a minha mãe, tô com a minha tia-apontou com o dedo pra quadra de futebol onde rolava um futebol maneiro

Bia tava vindo praticamente correndo enquanto segurava uma bolsa do homem aranha, mesmo que ela se vestisse igual a uma freira, a maldita continuava sendo linda.

Ontem eu nem tava na intenção de encontrar ela lá em casa, foi papo de sorte mesmo, se ela não tivesse costurado meu ombro ia continuar sangrando e eu já tava zonzo, agora era só tomar o remédio que a médica do posto passou e já já nós tava na pista pronto pra outra.

Tava ligado que nem era pra ter tocado ela daquela forma, mas po, não aguentei não, puxei ela pro meu colo na inocência, eu tava tão tonto e me sentindo tão mal que nem pensei com meu pau, só fiquei bobo de ver que ela tava toda concentrada tentando me ajudar.

Bia: Isaac, eu falei pra você não correr meu amor-brigou com ele tentando controlar a respiração ofegante, uma cena dela toda suada e ofegante pedindo por mais se formou em minha mente e me controlei pra não ficar com o pau duro

Isaac: Eu sei tia-coloquei o menor do chão, pesado pra caralho-Desculpa

Bia: Tudo bem, só não faz de novo-ela acariciou o rosto do menino que sorriu e a abraçou pela cintura, só então notou minha presença-Ah, oi

Cobra: E aí, de boa?-perguntei acendendo um cigarro e jogando a fumaça pro alto

Bia: Sim, como está o ombro?-gesticulou para o curativo que a enfermeira fez

Cobra: De boa po, valeu pela ajuda-ela acenou e corou de vergonha

Bonita pra caralho.

Isaac: Tio, vamos tomar sorvete com a gente?

Olhei pra Bia que mordeu o lábio inferior e fui contra tudo que minha mente tava me avisando, porra, isso ia dar merda pra caralho.

Cobra: Bora po

Issac: Pode titia?-perguntou para Bia que respirava ainda ofegante, seus peitos pesados subindo e descendo

Bia: C-claro-gaguejou nervosa

Beatriz podia enganar quem quisesse, mas eu conseguia lê-la como talvez nem ela mesmo conseguisse.Essa fechada de menina tímida e recatada era só uma casca que ela moldou por conta dos pais, mas lá no fundo tinha fogo em seus olhos.

Bia queria ser livre.

Eu podia dar isso a ela.

Ela só não sabia, ainda.

Vícios e Obsessões {PAUSADO}Onde histórias criam vida. Descubra agora