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Cobra

Quando o primeiro tiro soou e os fogos estouraram no céu eu já estava em pé junto do Falcão que tinha dois coletes a prova de balas em mãos, o vesti rapidamente e peguei um fuzil que daria para o gasto antes que eu chegasse até o ponto onde minhas armas de maior poder de fogo estavam.

Cobra: Já sabe quem são?-peguntei puto pra caralho saindo da boca

Falcão: É o bope-afirmou escutando o radinho que não parava de tocar 

Cobra: Porra, e não fomos avisados dessa invasão por que?

Falcão: Estou me fazendo a mesma pergunta patrão-resmungou 

-Quero pelo menos dez homens na minha casa, sem alarde pra polícia não ver a movimentação.

-Jae patrão

Meti o pé da boca doido pra meter um tiro nesses filha da puta e me esgueirei entre os becos que eles não conheciam.A polícia podia ser boa para invadir, mas não era boa o suficiente para saber como andar dentro da minha favela.

Tava preocupadão com a  Bia, nessas horas ela devia estar toda assustada pensando o que devia estar acontecendo, depois que ela foi morar lá em casa eu coloquei uma outra casa no meu nome e mandei os meus x9 divulgarem que era minha nova casa.

Eu sabia que por mais que a Bia não fosse envolvida e nem soubesse das minhas coisas, a polícia adorava tirar onda com mulher de bandido, reviraravam a casa, passavam a mão nelas, só não estupravam por que tinham medo da represaria que viria depois, era uma humilhação que se dependesse de mim minha mulher jamais ia passar.

Prestei atenção no radinho e diminui  o volume para os policiais não escutarem e descobrirem minha localização, avistei um pouco mais a frente um dos policiais com uma balaclava no rosto e nos pés o corpo de um menino que não devia ter mais de nove anos e que não era nem mesmo envolvido.

Não pensei duas vezes e antes que ele me visse atirei na sua cabeça, um tiro certeiro entre os olhos que fez seu corpo cair em um baque seco.

Menos um.

-Tem alguma coisa de errado Cobra-escutei a voz do Falcão no meu rádio

-Dá o papo

-Os bota tão passando direto pelas bocas, nem mesmo estão invadindo

Estranhei, se eles não estavam atrás das minhas drogas e das minhas armas o que eles queriam?

-Cobra, preciso de ajuda aqui na praça-Ryan, um dos meus seguranças mais antigos pediu com a voz ofegante e eu não pensei duas vezes antes de subir

Confesso que eu estava com uma sensação estranha pra caralho no peito, sentia que tinha alguma coisa errada nisso tudo e que eu não estava conseguindo enxergar, ignorei e continuei seguindo.Não esbarrei com mais nenhum polícia no meu caminho, outro ponto estranho que erriçou meus pelos da nuca.

O tiroteio ainda estava comendo solto nas partes mais altas do morro e provavelmente era lá que eles estavam, meus seguranças deviam estar segurando a onda para que os botas não descessem e fizessem um estrago maior, até por que não era nem dez da noite e ainda tinha gente na rua e comércio aberto.

Minha adrenalina estava na altura, meu coração batia nos meus ouvidos e todos os meus instintos estavam ligados, estava praticamente chegando até o ponto que o meu segurança pediu quando senti uma dor ardente na minha coxa que fez com que eu trincasse meu maxilar.

Senti o sangue descendo e me escondi atrás de uma escada de concreto que ia pelo menos impedir que eu tomasse um tiro na cabeça, tentei olhar para ver de onde tinha vindo o tiro mas a dor junto com a escuridão não facilitava.Essa parte da favela era escura e de difícil acesso.

Coloquei a cara passando para outro lugar seguro e foi quando visualizei um vulto bem sutil abaixado em cima de uma das lajes, olhei pela luneta e atirei em sua cabeça fazendo a cabeça pender para frente do muro.

Sai da posição em que estava e avancei, desemboquei já na praça e antes que eu pudesse notar o que estava acontecendo alguma coisa bateu com força na minha cabeça nublando a minha visão e me fazendo cair de joelhos.

Outro tiro ardido rasgou minha outra coxa e eu grunhi, dessa maneira nem mesmo se eu quisesse ia conseguir andar.Porra.

Jacaré: Nos vemos no inferno seu filha da puta-escutei sua voz longe, completamente zonzo com o sangue que vazava pelas minhas pernas e pela pancada na minha cabeça

Queria gritar e realizar um verdadeiro massacre, ao mesmo tempo que um pânico que eu nunca tinha sentido me pegou ao pensar na Bia.

Mas para o meu total pavor, eu apaguei antes mesmo que conseguir me situar.






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