Cobra
Acordar com gritos por aqui já era normal, mas dessa vez os gritos eram tão sofridos que arrepiaram todo meus pelos, dei um sobressalto da cama e olhei atrás da grade.O sol estava começando a nascer e raios de sol já iluminavam o extenso corredor.Eu já tinha visto muitas torturas e realizado muitas delas, mas quando olhei para o lado e vi o Sombra com uma faca de pão na mão meu estômago embrulhou com violência.
Sombra estava ajoelhado ao lado do corpo semi-morto do agente que estava aqui ontem, puxei na memória algo que ele tivesse feito mas tudo que eu lembrava era dele apenas conduzir a prostituta que veio aqui ontem, então tudo fez sentindo.
E isso explicava porque a mão do agente estava somente nos ossos, parecendo até mesmo um esqueleto, toda a carne e sangue estava espalhado pelo espaço, deixando o ar com um cheiro metálico.
Sombra: Eu poderia dizer pra você nunca mais encostar nela-seu tom de voz era rouco, quase animalesco-Mas você não vai sobreviver para tocá-la novamente
Seu tom desleixado era insano.
Sombra: Poderíamos ter nos divertido juntos-murmurou quase pesaroso-Uma pena que você seja tão fraco
E com um último grito de desespero do homem, ele morreu com uma faca cravada entre seus olhos, observei o Sombra que parecia decepcionado com a morte rápida do agente que provavelmente já devia estar entrando em choque devido a uma hemorragia e a sua mão que estava somente no osso.
Em todos esses anos eu nunca vi nada igual, principalmente essa forma de tortura que beirava a idade média.
Cobra: Você gostou da garota-pontuei e os olhos do Sombra se levantaram para mim
O homem estava coberto de sangue da cabeça aos pés, não tinha um espaço do seu corpo que não tivesse o que restou da mão do homem ou sangue.
Sombra: Ele a tocou-com uma indiferença única ele se levantou e empurrou a cabeça do homem com o pé que tombou para o lado
Não demorou mais do que dez minutos até o primeiro agente chegar na cela e ver a bagunça, ele estava tão apavorado que até mesmo me deu vontade de rir.Foram precisos cerca de vinte agentes que abriram a cela com as mãos trêmulas para tirar o corpo do amigo morto enquanto o Sombra foi levado para a solitária, ele passava tanto tempo lá que já tinha se acostumado.
-Limpem essa bagunça-o diretor murmurou para os outros agentes que olhavam apavorados para o homem com um sorriso sarcástico no rosto que não dava a miníma para tudo ao seu redor
Esperei até que limpassem a cela e liberassem os outros presos para o banho de sol para pegar meu celular e ligar para o número que o Falcão tinha me enviado por mensagem.
O telefone tocou cerca de três ou quatro vezes até que ela atendeu.
Bia: Alô-sua voz estava ofegante e eu imaginei que tivesse corrido para atender
Cobra: Oi amor
Bia: Cobra?...Ai meu Deus-sua voz saiu eufórica e eu sorri-Como você está?, estou tão preocupada
Cobra: Estou bem-a acalmei-E vocês?Como está a nossa filha?
Bia: Está bem, acabou de dormir
Cobra: Como ela é?-perguntei apertando com muita força a grade, o ódio acendendo dentro de mim por estar perdendo todos esses momentos
Bia: Uma princesa-imaginei que ela tivesse sorrindo-Não me dá trabalho pra dormir e é muito calma, só chora quando está com fome-sua voz saiu levemente embargada-Queria tanto que você estivesse aqui conosco
Cobra: Eu vou estar Bia-falei, um pouco mais firme-Em breve vou estar com vocês, é uma promessa
Bia: Eu sinto tanto a sua falta
Meu coração apertou com força.
Cobra: Você é a minha vida Beatriz-escutei seu soluço alto-Eu te amo
Bia: Eu também te amo meu amor-observei uma sombra perto do corredor
Cobra: Preciso ir-falei baixo para que ninguém me escutasse-Dá um beijo na nossa filha
Bia: Se cuida
Cobra: Você também
Desliguei o aparelho e o escondi no mesmo lugar de sempre.
Sentei na cama dura e comecei a montar um plano para me vingar assim que saísse daqui, quem quer que estivesse por trás disso ia se arrepender de cada dia que me deixaram longe da minha família.
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Vícios e Obsessões {PAUSADO}
Teen Fiction📍Rocinha-RJ|+18 "Eu sou seu anjo, seu demônio Cê é meu pesadelo, é meu sonho Ela me balança tipo o mar Se sumir vou sentir falta, ela é tipo o ar"