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*cap ñ revisado*
Bia

Eu estava prestes a infartar, meu coração tava tão acelerado que eu precisei tomar um copo de  água com açúcar.

Hoje já era sábado e durante essa semana que passou, todos os dias o Cobra me trazia pra casa depois do trabalho, depois daquele dia algo mudou entre nós, e eu particularmente estava apavorada.

Meu corpo respondia a ele de uma maneira perigosa que eu nunca tinha experimentado, e mais de uma vez me peguei imaginando em como seria encostar meus lábios nos seus ou até mesmo sentir suas mãos fortes deslizando pelo meu corpo assim como eu lia nos livros de romance.

Ontem ele só me avisou que passaria aqui ás nove horas, faltavam quinze minutos e eu ainda estava sentada na minha cama de calcinha e sutiã enquanto sentia vontade de chorar por ter uma roupa mais normal.

O vestido branco que Duda me deu permanecia no mesmo cabine, fechado por um casaco para que minha mãe não visse, por um segundo cogitei ir com ele, mas ao mesmo tempo que o pensamento veio, ele foi embora.Era muita coisa para um dia só.

Vasculhei o que tinha e resolvi colocar uma calça jeans não tão larga que eu usava no trabalho e uma blusa simples de manga branca que não me engolia iguais as outras, calcei uma rasteirinha que eu usava para  ir a igreja e soltei meus cabelos que agora batiam na altura da minha cintura.

Como eu não tinha maquiagem apenas ajeitei meus cabelos e peguei minha bolsa pequena levando somente o básico.

Fingir que não tinha nada acontecendo durante o jantar com meus pais foi de longe a coisa mais difícil que eu fiz, praticamente engoli a comida enquanto tentava esconder minhas mãos tremendo.

Todo o plano da minha saída de casa foi armado pela Duda, eu não sei como ela soube, mas descobriu que o beco atrás da minha janela dava para a rua principal do  morro e era escondido o suficiente para que ninguém me visse.Afinal, o que mais tinha aqui era fofoqueiro de plantão.

E era por lá mesmo que eu ia sair.

Meus pais tinham o sono bem pesado e nunca vinham no meu quarto de madrugada, minha mãe tomava umas gotinhas para dormir mais rápido e meu pai também, mas isso não me impedia de estar em pânico.

Comecei a repensar se essa era a coisa certa a se fazer e quando estava prestes a tirar a roupa e dormir escutei a janela do meu quarto abrir.

Olhei por cima do ombro sabendo que era ele e puxei um lufada de ar ao vê-lo tão lindo dentro de uma calça jeans escura e uma blusa preta que deixava seus músculos bem aparentes junto das tatuagens que cobriam seus braços.Seus cabelos enrolados estavam molhados e bagunçados como se ele tivesse acabado de sair do banho.

O perfume dele invadiu meu quarto, aquele cheiro característico de loção pós barba e perfume forte.

Cobra: Tá pronta?-perguntou pegando minha bolsa e colocando atravessada como sempre fazia quando ia me buscar

Bia:Sim-mordi o lábio inferior e mexi na barra da blusa-Você acha que...hum..tá bom?

Gesticulei para minha roupa um pouco desconcertada e ele me encarou com aqueles olhos cor de mel que pareciam me prender cada vez mais.

Cobra: Você é a mulher mais bonita da favela Beatriz-falou sem hesitar e minhas bochechas coraram.

***
Depois do Cobra garantir que tava tudo limpo e de colocar um segurança na minha janela para o caso se alguma emergência acontecer, ele foi dirigindo até a casa da Duda que ficava um pouco mais em cima da minha.

Alcancei o presente dela no banco de trás e fomos andando um do lado do outro até a casa simples de cor azul muito bem cuidada.

Duda: Aí meu Deus, nem acredito que você veio-falou animada vindo me abraçar assim que me viu

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