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|Julia|

Cheguei onde ele tava e pra minha sorte ele tava de cueca, sentado num banquinho em baixo do chuveiro:

- A Dhiô pediu pra eu ver se tu tava aqui - respondi olhando pro chão

- Meu boné e minha camiseta? Tu só pode tá ficando maluca - ele me encarou- não acredito, só não arranco de você agora por que tu vai ter que sair de sutiã pra ir embora... palmeirense não merece vestir esse manto

- Ihhhhhh que ciúme é esse?

- não é ciúme Julia, eu te quero pra caralho e tu faz isso comigo meu?

- Gabriel a gente não tem nada, olha aquele dia do rolê mano, você fez o que? Queria que eu ficasse feliz? - perguntei indignada

- Ai foi lá e me deu o troco? Se a intenção era me deixar pilhado tu conseguiu, então hoje não vem de papo Julia que eu te maceto aqui dentro mesmo pra tu não esquecer, a gente perdeu uma parada importante e ainda tenho que lidar contigo com outro - ele me encarou e eu arrepiei

Sem pensar no que aconteceria, se eu ia me molhar ou não eu entrei dentro da cabine e tranquei a porta. A tensão sexual pairava pelo banheiro todo e o Gabriel entendeu meu recado. Desligou o chuveiro e me puxou pra si, minhas mãos passavam pelo seu corpo ainda molhado, seu cabelo pingava gotinhas pelo meu rosto. Sua mão por baixo da camiseta branca apertava minha cintura e nossos lábios se encontraram, uma beijo quente, nossas línguas brigando por espaço mas numa perfeita sintonia. Ele me apertou contra uma das paredes fazendo com que eu cruzasse minhas pernas na sua cintura, sentindo sua intimidade crescer contra a minha. Ele beijava meu pescoço me fazendo arrepiar e arquear minha cabeça pra trás:

- a gente termina isso la em casa, não quero ser interrompido - me encarou dando um selinho e eu descendo.

Sai dali sem dizer uma palavra e indo atrás da Dhiô, David me chamou:

- A Dhiô vazou acho que com a lindalva, disse pra tu levar o Gabriel e vocês se viam em casa.

Eu o agradeci e eu estava feliz por irmos sozinhos mas receosa. Gabriel tava bolado ainda não sabia com o que exatamente e não sabia como lidar com isso.  Me sentei na cabine que tinha o número e as coisas dele e esperei ele sair do vestiário, os poucos jogadores que ainda estavam ali permaneciam no maior silêncio do mundo; guardei as coisas do Gabriel dentro da necessaire pra agilizar e ele saiu graças a Deus vestido do banheiro:

- Não acredito que deixaram tu pra me levar embora cara - ele sorriu maliciosamente e estendeu a mão pra eu levantar

- Eu também não acredito, guardei suas coisas - segurei sua mão pra levantar e entreguei pra ele a necessaire

-Já tá pegando o jeito em Jujuba - ele me encarou - daqui uns dias tá arrumando tudo e cuidando de mim como namorada

- Vai sonhando jogador, vai sonhando - revirei os olhos

- já te avisei né jujuba, tu vai ser minha

- Para de falar asneira gabriel - disse enquanto chegávamos no estacionamento - você dirige

- Teu carro é bonito em Julia, muito bom gosto

- Meus pais me deram quando eu me formei. Queria trocar mas tenho um apego sentimental nela, cuidado tá? Não entrego ela na mão de qualquer um - dei uma piscadinha me acomodando no banco do carona

- Eu sou o primeiro então? Que honra - ele sorriu

Saímos do estádio e o som tocava Fogo e Gasolina; ele aumentou o volume e cantava com ênfase algumas frases:

Minha Cura | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora