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Tia Linda e tia rose estiveram lá em casa mais cedo, ouvi delas tudo o que eu ouvi do Matheus de madrugada. Vou só viver esse dia, preciso trabalhar, depois daqui vou pegar uma praia, talvez ir ao shopping.

— Bom dia Sampa, vamos descer? — bati na porta do melhor carequinha desse país pra gente poder ir.

— Não antes de você me explicar o porquê de estar com esse ar de triste mocinha, entra. Vamos tomar um café — ele se levantou da sua cadeira e veio até onde eu estava parada, me abraçou como um paizão... na verdade paizinho já que temos quase a mesma altura — vou fazer um desses pra você.

Colocaram na sala dele uma dessas máquinas chiques que fazem todo tipo de café, não é daquelas que vai cápsula não... essa aqui é outro patamar e ele parece um mini garçom, a máquina duas vezes maior que ele, coisa mais engraçada.

— Muito obrigada — peguei o cappuccino que ele tinha feito pra mim com direito a Nuttela na beirada do copo.

— Me conta o que houve, você tá abatida e eu te conheço; mocinha você anda sempre como um raio de sol e hoje não está assim — esse velho sabe das coisas como?

— Eu e o Gabriel acabamos brigando ontem mas não queria entrar muito em detalhes sabe — o encarei séria; acho que não tem necessidade dele saber de detalhes, pega mal.

— Entendo. Vou te dar um conselho: não desiste de ser quem você é ou do que você quer porque pode incomodar o seu parceiro, vocês precisam sentar e acertar detalhes e impor alguns limites. Limites são necessários pra que as relações andem, é preciso diálogo pra que tudo funcione corretamente, entende? — ele sorriu — vocês dois são lindos, jovens, se amam... seja o que for vai passar tá? Saiba que eu tô aqui quando quiser e pro que precisar.

— Obrigada Sampa, sério.

— Não precisa me agradecer, e você não precisa também abraçar o mundo e se sobrecarregar... sempre se lembre disso.

Esse carequinha de todas as pessoas nesse lugar foi a última em que eu imaginei que viraria meu amigo, eu fui a primeira a não querer ele aqui e hoje eu entro em qualquer briga pra defender ele. Ele é doido, faz merda mas entra na bala por quem ele gosta e eu admiro isso nele, além de tudo é um baita profissional, sempre vê o melhor de todo mundo — apesar dele insistir em dizer que o Vidal ainda joga bem.

Descemos e eu disse algumas coisas pros meninos e evitei contato com o Gabriel, no momento eu vou ser bem infantil como ele e agir assim. As perguntas que ele faz prefiro que sejam respondidas pelo Sampaolli, ainda estou chateada e não quero ser mal educada com ele, não agora pra não piorar tudo.

— quero que você acompanhe o Gerson hoje, tudo bem? — o Sampa sussurrou no meu ouvido e eu sai do gramado sendo aplaudida pelos meninos e tendo que ver a cara de gol contra do Gabriel.

Subi, peguei a ficha do Gerson e observei o que a gente tinha. DM dando alta pro Arrascaeta e o BH e tendo duas novas entradas: o Joker e o CansadoMaia. O cansado tá por conta do Tannure e eu vou dar uma olhada no outro que até dia desses eu queria fora da minha seleção.

— Bom dia Joker, como tu acordou hoje? — ele tava deitadinho na maca fazendo massagem na panturrilha.

— Bom dia Juju, triste mas bem e você? Tem alguma coisa apagada aí — Meu Deus mas será que tem um outdoor na minha testa.

— Eu tô bem pela graça de Deus. O que que dói me conta com detalhes.

— Ontem finalizando eu senti a posterior — me mostrou com a mão — e tá incomodando, uma dorzinha chata sabe.

— Licença — dei uma olhada na coxa do garoto que tá sensível pra caramba e com certeza ele não viaja pra libertadores, não dá pra arriscar — seguinte, repouso tá? Amanhã vamos fazer exames detalhados pra saber o que houve e iniciar um tratamento pra ontem, tudo bem? Vou te prescrever alguma coisa leve só pra dar um alívio no desconforto tá?

Minha Cura | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora