Minha Cura | Gabriel Barbosa

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Hoje é dia de clássico, primeiro jogo da final do carioca, Gabi ficou lá na Gávea, vou passar no mercado porque o almoço ficou na minha conta hoje já que a dona Lindalva tá chegando de Santos, tia Rose ficou de arrumar minha penteadeira a troco de eu cozinhar, e sim, naquela casa tudo funciona na base da troca... nada é de graça.

Pediu um copo d'água? Vai ter que pegar dois depois; dobrou uma camiseta? Vai lavar a área depois, e adivinhem só quem implementou esse sistema? Gabriel Barbosa, na maioria das vezes isso só beneficia ele. Dia desses eu estava no mercado com a rose e pedi pra ele descer as roupas do banheiro na lavanderia e só colocar na máquina, só colocar, sabe o que eu tive que aceitar a fazer? Uma semana de massagem nos pés dele.

E as trocas dele são sempre assim, uma semana de massagem, uma semana pegando tudo pra ele, uma semana fazendo o que ele quer, uma semana vestindo o tênis no pé dele, mas quando sou eu que dou minhas condições ele chora, reclama; juro que se eu fosse um juíz ia levantar vermelho pra ele por reclamação.

Peguei tudo rapidinho no mercado, passei na floricultura pegar uns arranjos pra decorar tudo e corri de volta lá pra casa. Tomei um banho, não tô dando conta de tanta bagunça dentro desse closet; tá tudo montado mas tem caixa e mala de roupa pra todo canto, essa semana vou contratar alguém pra organizar.

Desci e comecei a fazer o almoço, enquanto tudo cozinhava montei uma mesa linda pra gente. Eu amo receber as pessoas em casa, gosto de cozinhar também; geralmente não sou de expressar muito mas se eu fizer um almoço, um bolo e montar uma mesa pra te receber pode saber que tô querendo dizer o quanto você é importante pra mim.

- Meu Deus que cheirinho bom Rose - tia linda berrou lá de dentro caminhando até a porta

- Bom dia tia - sorri animada secando minhas mãos no guardanapo e indo até ela

- Oi meu amor, meu Deus que saudade - me abraçou apertado e beijou minha bochecha - como tá tudo por aqui? Tão te explorando né filha

- Estão nada tia, rose e eu fizemos uma troca - sorrimos - as coisas estão indo, vem cá senta aqui enquanto eu termino tudo - puxei um banquinho da ilha pra ela se sentar - e como foi a viagem? E a dona Dhiovanna?

- foi tudo bem graças a Deus, Dhiô vem amanhã talvez; tá lá com a Collen em SP

- Ela me esqueceu tia - fiz bico - nunca mais veio ficar por aqui

- Ela é assim mesmo filha, coisas de Dhiovanna - ela respondeu enquanto se levantava e observava a mesa que eu tinha montado - não sabia que iam reformar aqui fora também

- Tem problema tia? - perguntei já receosa

- Claro que não meu amor, sempre falei pro Bi trocar esses móveis e por umas plantas aqui... tá tudo tão lindo, tudo a cara de vocês sabia - ela sorriu e se aproximou - sabe, eu vinha falando com o Valdemir sobre você morar aqui, ele disse que a casa tá diferente

- Como assim tia?

- Tá alegre, sempre tem vento correndo por toda a casa, flores, tudo organizado - me abraçou de lado - isso que a reforma não tá nem concluída né

- Sabe tia eu fico meio receosa ainda de fazer as coisas aqui, não quero parecer entrona sabe? Tipo, cheguei ontem e já quero mudar tudo - expliquei enquanto ela me ouvia com atenção

- Ju, agora a casa é sua... você tem que se sentir livre aqui pra fazer o que quiser; O Gabriel não tomou essa decisão por impulso então aqui é sua agora casa a partir de agora, não se sinta presa não filha e nem tenha medo de fazer qualquer coisa aqui

- Ele me disse a mesma coisa - sorri de canto - é que eu nunca tive toda essa liberdade e esse carinho sabe tia

- Eu sei meu bem, somos sua família desde sempre viu... inclusive tô querendo arrumar umas coisas no meu ap lá em Santos, queria sua ajuda