— E o departamento médico tá fazendo o que em? Esse tando de lesão aí nesses caras? O salário tá na conta né, pouco importa se tão jogando ou não, açougueira.
Eu ri, não me segurei no açougueira.
Se o Fábio e o Gabriel sonha que eu tô passeando aqui dentro do aeroporto sozinha pra comprar um café vão ter um colapso, já que nem os seguranças do Flamengo estão por aqui ainda.
Tem um torcedor sozinho, o suficiente pra cobrar esses cansados depois daquela vergonha de ontem. Era pra gente estar no topo do nosso grupo, o grupo mais "fácil" da libertadores onde alguns jogadores trabalham em outros empregos pra suprir a renda.
Mas foi deixar guardadinho o que eu tenho pra dizer amanhã no treino, eu vou lá só pra isso. Não tem condições, não dá! Se continuar assim já sabem...
— Oi? Achei melhor te esperar aqui. Vamos?—encontrei Gabriel na saída do portão de desembarque, na hora que ele me viu abriu um sorriso enorme, de conforto.
— Obrigada por vir, te amo— me beijou e entrelaçou nossas mãos. Ele me mandou mensagem pedindo pra que eu viesse, não até aqui dentro mas pra esperar ele lá fora. Já que eu estava aqui porque não esperar ele aqui dentro.
— Tem um torcedor lá fora, já fui chamada de açougueira — ele sorriu.
— É sério? — eu concordei — Que baita açougueira gostosa em. Tá linda, tudo isso só pra me buscar aqui?
— Também, mas tenho uma reunião na Gávea, vou te deixar em casa e ir pra lá.
Hoje estou mais formal, calça alfaiataria, uma camiseta do Gabriel que cortei e fiz um design moderno, blazer e um scarpin alto, detalhe: calor do caralho no RJ mas tudo pela pose. Tenho certeza que sai belíssima mas transmissões dos repórteres que estão aqui na porta.
Conforme nos aproximávamos da porta ouvíamos os gritos do herói rubro-negro com um sonho: resgatar o time.
Nos separamos a pedido do segurança pra poder passar pelo herói e a imprensa. Na nossa frente ta o Vidal batendo boca com o menino, que vou também deixar minha opinião guardada sobre o que acho dele.
— Pensei que ia ficar comigo hoje — Assim que entramos no estacionamento Gabriel passou a mão pelo meu ombro e beijou o topo da minha cabeça.
— Não me olha assim que eu desmarco tudo pra gente passar o dia se cheirando — o encarei enquanto ele me fazia o olharzinho pidão dele.
— Tentador né, mas vai lá. Acho que vai ser bom pra todo mundo, você se importa de dirigir?
— Claro que não Bi — sorri.
— E o carro novo, o que tá achando?
— Aí Bi, é perfeito, apesar de ser parecido com o seu mas nossa. Um sonho.
— Gosto de você assim, sorridente e feliz. Meu raio de sol — entrelaçou nossas mãos e beijou.
— Já disse que te amo né? Amanhã vou dar uma ida lá conversar com o elenco a pedido do Sampaolli.
— A gente tá sabendo. Ele deu o papo ontem no vestiário.
— Tenho tantas coisas pra falar que nem sei sabe? Mas dorme aí, tá um trânsito do caralho, uma meia hora até chegar em casa e eu te chamo tá? — Dessa vez foi eu quem beijou sua mão.
No fundo tocava minha playlist de músicas diárias que o Spotify cria automaticamente, teto solar entre aberto, no ar do carro coloquei um mini difusor de lavanda que ajuda a manter calmo, alivia o estresse e melhora o sono.
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Minha Cura | Gabriel Barbosa
Fiksi PenggemarJulia acaba de sair de um relacionamento complicado e tudo o que mais quer é curtir a vida até conhecer Gabriel, que chegou cheio de si curando todos seus traumas. Sejam bem vindos a Minha Cura ❤️