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🚨Este capítulo possui cenas +18🚨

(Pra melhor experiência ouçam
Vida Toda-L7NNON)

|Gabriel Barbosa|

Coloquei todo mundo pra correr hoje aqui de casa, não sei onde meus pais iam se enfiar mas preciso da noite só pra gente. Estou exausto, viagem, treino, gritaria no nosso ouvido... tudo tá me consumindo.

Não vi a Julia lá pelo CT hoje, pelo que eu ouvi estão fazendo entrevistas com psicólogos pra encaixar na equipe e do jeito que minha mulher é, vão demorar achar alguém a nossa altura e que não vá quebrar a ética.

Arrumei tudo lá em cima, onde ela mais gosta de ficar: na sacada do balanço. Coloquei algumas rosas vermelhas - a preferida dela - em cima da mesa de sinuca e espalhadas por toda a sacada, diminui um pouco da luz pra poder dar um clima, comprei o vinho barrela da garrafa de plástico que a gente ama e pedi uma jantinha pra gente já que eu não cozinho nada.

Eu me ofereci pra buscar aquela teimosa mas ela quis vir sozinha, e eu tô nervoso pique final de campeonato... mãos suando, andando de um lado pra outro.

Minha mãe e a Dhiovanna já mandaram um milhão de mensagens querendo saber o que aconteceu e como ela reagiu e ela ainda nem chegou, tá atrasada.

— Ai Gabriel que sufoco pra chegar aqui, trânsito do caralho, chuva e pra completar o interfone lá fora não me reconhece mais — ela entrou na sala me fazendo pular e já reclamando — se eu soubesse tinha pedido pra tu ir me buscar.

Ela tá linda — como sempre — cabelo molhado. vestida na minha camiseta que fica como um vestido, shorts jeans e havaianas branca. Seu perfume tomou conta de toda a sala... creme azul da Giovanna Baby e o perfume dela da Givenchy que ela trocou de vidro pra ninguém descobrir qual é.

— Vem, vamos subir comigo — beijei sua testa e segurei na sua mão.

— Meu Deus Bi — ela abriu um sorrisão assim que parou na porta e viu as flores por toda a parte, se aproximou de algumas, cheirou e continuou a andar de um lado pro outro como se esperasse que eu tomasse iniciativa.

A chamei pra sacada e seus olhinhos brilhavam, como sempre quando eu digo que a amo, como sempre quando faço ela se sentir amada, única e especial.

— Ju. Antes de te dizer qualquer coisa, eu quero te pedir desculpas e te agradecer — comecei respirando fundo.

— Agradecer? — ela me olhou confusa.

— Agradecer por sempre querer o meu bem, acho que aquele dia estávamos todos cansados e de cabeça cheia e você só queria o meu bem, como sempre quer e pedir desculpas por ter agido como um mané, por ter sido infantil e distorcido o que você tentou me dizer — ficamos em completo silêncio por alguns segundos e tenho medo disso.

— Bi — segurou a minha mão — pra isso funcionar nós precisamos aprender a separar as coisas, você precisa entender que lá eu não sou sua Ju, lá eu sou a Julia médica e você o Gabigol, nosso artilheiro. Tudo que eu sempre te disse foi querendo o seu bem, nunca quis te magoar.

— Agora eu sei que não, depois de todos esses dias sem você aqui eu entendi tudo. Não vale a pena eu agir feito uma criança, preciso me responsabilizar pelos meus atos e me desculpa — não sei quando foi a última vez que pedi desculpa a uma mulher — você despertou o melhor de mim Ju, não quero ficar assim, não quero te magoar mais.

— Me desculpa também Gabriel por ter ido embora, acho que aquele dia nós dois erramos — ela segurou minha mão forte e apertou.

— Eu mais do que você, não posso te dar as costas e te deixar sozinha... deveria ter ficado pra gente se resolver. Eu te amo Julia, você tem o meu coração todo pra você e se quiser ir — fiquei em silêncio por alguns segundos tentando não chorar, sim, chorar — com dor no coração eu te deixo livre.

Minha Cura | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora