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- Julia desculpa o horário - a voz falou do outro lado e eu juro que nem se eu tivesse acordada reconheceria.

- Quem é? - respondi sonolenta.

- Matheus Ju, Matheuzinho.

- Garoto que horas são?

- 05:47 agora.

- Juro que é bom você tá morrendo ou ter quebrado a outra perna pra tá me ligando uma hora dessas cara. O que foi - respondi mal humorada me levantando pra ir ao banheiro.

- Eu queria saber se eu posso dirigir.

- O namoral Matheus, nossa cara. Você quebrou qual das pernas? A esquerda? A menos que seu carro seja manual você não vai precisar dela pra dirigir inferno.

- Ah é verdade né - sorriu do outro lado da linha.

- Voce não ligou pro Tannure porque?

- ele não atendeu.

- mas é óbvio Matheus que ele não ia te atender caralho, olha a hora moleque. Você devia tá dormindo, essa semana eu vou dar um jeito de tu ir pro CT todos os dias pra gente te observar.

- ah eu tô com mil coisas na cabeça, não consigo dormir direito já tem uns dias, as vezes sinto dor - eu queria ser chata mas essas coisas aí tocam bem no meu coração, eu sei o quanto é foda ficar lesionado e fora dos gramados.

- Já que você quer dirigir, vem aqui em casa tomar um café e a gente conversa.

- Gabriel não vai ficar bravo não? Se for dar problema eu nem vou, sei do jeito que ele é.

- Vai nada, com ele eu me entendo 07:30 tá? Aproveita que hoje vou mais tarde trabalhar e não é sempre que eu tô legal, tchau.

Desliguei o celular e voltei a dormir. Voltar a dormir não né, deitar porque meu sono foi com Deus quando ele me perguntou se podia dirigir. Gabriel nem se mexeu, levantei e peguei uma coberta no closet e subi pro balanço lá de cima. Gosto de ficar aqui e observar a meia vista que tenho de algumas casas.

Preciso dar uma arrumada no que vou levar pra viagem pra Porto Alegre já que de lá vou levar um voo direto pra São Paulo. E sim tá chovendo, tô desinquieta dentro dessa casa e ainda são 06:10, vou descer e assar um bolo, fazer um pão de queijo e um café. Vou receber o Matheus bem aqui, ele tá precisando de atenção o pobi.

Arrumei a mesa com todo carinho do mundo, assim como eu sempre faço. Cortei algumas frutas e deixei tudo arrumadinho.

- Que isso cara - Gabriel apareceu na porta todo amassado, com o cabelo pro alto todo embaraçado e coçando o olho.

- Essa sua voz de fumante quando você acorda me quebra Bi - sorri - bom dia.

- Eu assustei, acordei você não tava lá.

- O Matheus me ligou amor, ele vem tomar café aqui se não tiver problema pra você é claro.

- não amor, sabe que não tem problema. Ele tá bem Ju? - o semblante dele mudou pra preocupado.

- Acho que só quer conversar Bi, me ligou pedindo se ele podia dirigir - sorrimos enquanto eu fui na sua direção - você tem treino né, sobe e toma um banho, tá todo amassado - o abracei.

- Namorada ou hater? - cutucou minha costela - vou subir, já já eu tenho que ir. Esse bolo tá cheiroso né é aquele fit lá?

- Maçã, canela e banana, aram.

- Nossa pior que você fez eu gostar disso aí, podia ser um de chocolate né - fez bico.

- Outro dia eu faço pra gente, vai se vestir - o beijei e ele subiu.

Minha Cura | Gabriel Barbosa Onde histórias criam vida. Descubra agora