Capítulo 20

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Esperei ela ao menos vestir a calça e o sutiã antes de sair da sala. Me retirei, fui para o meu carro, peguei Maria Fernanda e terminei o dia ao lado da minha filha, dormindo abraçada com ela. Maria deitou sua cabeça em meu ombro e colocou sua mão em meu trapézio, dormiu confortável, pelo visto.

— × —

SORAYA

Transei com a Renata.
Semana passada.

Eu sei. Eu sei que iria ficar mais confusa do que já estava, que eu iria ter que escolher entre Renata e a Simone, com certeza não iria conseguir… mas não foi bem assim, foi pior.

Eu lembro perfeitamente das cinco vezes que Renata olhou nos meus olhos e disse que era tudo sem sentimento, apenas ficadas sem intenção de machucar nenhum dos lados e, se um dia uma das duas se relacionar com outras pessoa envolvendo sentimentos ou quisesse acabar, acabaria, ficaria apenas a amizade, mas não foi bem assim que funcionou.

Agora eu estou bem mais confusa. Eu amo a Simone, ela é uma pessoa incrível! Mas a Renata me desperta algo também, não sei dizer se é com a mesma intensidade que o amor que sinto por Simone, porém foi inevitável, achava que eu iria tirar minhas conclusões me deitando com ela, entretanto não foi bem assim.

Bom, ela é relativa, mas gosta de ser dominada, e eu também. Ou seja, não teve graça.

Eu dormi ontem na casa dela para resolver um seminário, enfim. A gente dividiu a cama, mas não teve nada.

Renata: — Bom dia — Colocou a bandeja de comida no meu colo.

Ela trouxe café na cama? Que disposição.
Desejei bom dia e comi um pouco dos ovos mexidos e mordi uma torrada.
Ela conversou com sinceridade na voz.

Renata: — Eu não te usei, eu sei que não te usei. Prefiro acreditar que não.

Soraya: — Que?

Renata: — Você só transa com sentimento, eu não tenho sentimentos desse tipo por você — Olhou para o centro da cama segurando o copo de suco — Você gosta de mim? — Me olhou pelo canto do olho, séria.

Soraya: — Gosto. Eu gosto de você, Rê.

Ela fechou os olhos e colocou as mãos no rosto. Pelo visto, odiou saber que eu estava me envolvendo com sentimentos.

Apesar de fazer uma semana desde o momento de intimidade, eu vi que algo ficava perturbando a mente dela, parecia que ela estava se culpando, como se tivesse me forçado a algo.

Renata: — Eu não deveria ter transado com você — Pegou sua bandeja e colocou na cabeceira larga da cama.

Fiquei séria, sem expressar nenhuma reação. Minha forma de responder ao nervosismo dela foi ficar séria e não dizer nada.

Renata: — Você me enxerga como o que? — Se levantou da cama e colocou as mãos na cintura.

Soraya: — Uma amiga — Repousei minhas mãos voltadas para cima entre minhas pernas entrelaçadas.

Renata: — Você gosta de mim como uma amiga mesmo? Eu não quero te confundir — Sorriu com os lábios invertidos, preocupada.

Soraya: — Eu sei que o'que temos é algo sem nenhum sentimento, mas é inevitável isso surgir em mim. Eu gosto de você, Rê. Não vou confundir nada.

Renata: — E você e a Simone? — Se sentou na cama.

Soraya: — Estamos bem.

Não contei para ninguém sobre nossa última transa, nem para ela. Minha melhor amiga não sabia de nada. Além de me sujar, poderia comprometer Simone.

OPS! Me apaixonei. (Simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora