Simone: - É Simone, Thronick! - Fala com a pronúncia errada.
Soraya: - É Thronicke, estepe! - Diz fechando a porta do carro.
Entrei em minha casa e não consegui tirar da cabeça o assunto da minha sexualidade, era algo que me deixou realmente agoniada em não saber o que exatamente eu era. De repente descobrir algo que você nunca imaginava ser é meio difícil, porém fico feliz em saber que realmente me descobri.
— × —
SIMONE
Meu dia de folga: Sábado.
Sempre amei o sábado, primeiro por ser um dia depois da sexta e por ser o único dia antes do domingo que eu tenho folga. Desci para a parte externa do prédio em que moro e fui com a Fernanda para ela andar de bicicleta. Amava quando era mais nova, mas hoje não tenho oportunidade. Portanto, vejo ela aproveitar.Simone: - Linda! - Disse eu enquanto observava ela andar.
Abri um sorriso e fechei levemente meus olhos ao ver a alegria dela em passar aquele fim de tarde comigo. Ela veio em minha direção enquanto andava na bicicleta e parou ao meu lado. Tirou algo do bolso de seu short e me entregou. Era um papel com três dobras. Um desenho, na verdade.
Fernanda: - Mãe! - Veio em minha direção
Simone: - Oi, amor - Sorri mais largo.
Fernanda: - Esqueci de mostrar - Entregou-me o papel.
No desenho, tinha eu, ela e o pai. Estávamos brincando de balanço. Eduardo e eu em cada lado e ela no brinquedo, aparentemente feliz.
Simone: - Que lindo!
Fernanda: - Gostou?
Simone: - Amei! Vou pendurar na geladeira. Tentar, na verdade. O outro ainda está lá. - Gargalhei.
Fernanda: - Pode tirar o outro, não tem problema. - Sorriu.
Maria Fernanda sempre amou desenhar, gostava muito de artes e era louca por guache, mas nunca deixei ela usufruir dentro de casa, caso contrário sujava absolutamente tudo. Deixei que fizesse um desenho em uma parede do quarto dela, mas nunca tive coragem para dizer a ela que a própria tinha permissão.
Lembrei do dia em que passei naquela poça de água perto daquela aluna da faculdade, me fez dar uma gargalhada boa, mas logo senti pena quando percebi o quanto ela deve ter ficado furiosa.
Simone: -- Filha! - Chamei Maria Fernanda.
Fernanda: - Oi, mãe. - Veio ao meu encontro.
Simone: - Vamos subir, precisamos sair. - levantei-me do banco.
Fernanda: - Mas... já?
Simone: - Depois nós duas podemos brincar um pouco mais, mas guarde sua bicicleta, precisamos sair.
Não iria deixá-la com o Eduardo, ainda mais trabalhando, ele não iria parar de trabalhar para vir com a menina andar de bicicleta, portanto, ela veio comigo.
Fernanda: - Onde vamos?
Simone: - Temos uma missão agora. - Apertei o botão do elevador o mais rápido que pude.
Fernanda: - Está com pressa, mamãe?
Simone: - Um pouco, querida.
A porta abriu e eu entrei com minha filha, agarrei a mão dela com um pouco de força e inquietude.
Fernanda: - Mãe, está apertando...
Simone: - Desculpa, meu amor.
Morávamos no décimo andar, demoraria um pouco. Peguei o desenho que ela havia feito do meu bolso e tentei ser rápida para já colocar na geladeira e pegar as chaves do meu carro.
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OPS! Me apaixonei. (Simoraya)
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