Amor puro

Capítulo 2

Carlos

A moça que conheci ontem não sai da minha cabeça, principalmente a lembrança de quando ela caiu sobre mim e ficamos tão perto um do outro. Só que como sempre, fiquei tão nervoso que acabei não conseguindo falar mais nada. Estou ansioso para revê-la hoje.

Em meio aos meus pensamentos caminho pelo corredor, ouço gritos das meninas, uma moça assusta elas com um sapo.

— Tira esse bicho da nossa frente! – diz uma das moças tentando se proteger do animal.

— Mas ele quer conhecer vocês, não acham ele bonitinho? – pergunta a moça com o sapo na mão se divertindo com o pavor delas.

— A diretora está vindo. É melhor parar com isso. – diz um moço.

— Não se preocupe, Marco. Fica calmo, eu sei o que estou fazendo. – diz a moça. – Vou deixar meu amiguinho com vocês.

A moça atira o sapo na direcção das moças, eu consigo pegar o sapo a tempo, antes de cair nas meninas e elas aproveitam para correr.

— O que está acontecendo aqui? – pergunta a directora.

A moça fica na minha frente para ocultar o sapo.

— Nada, só estamos conversando sobre não se meter onde não fomos chamados. A senhora não concorda que quando algo não lhe diz respeito, não devemos nos envolver? – pergunta a moça irônica.

— Não me importa sobre o que estão conversando, só não quero ouvir mais gritos. – diz a directora.

Quando ela já estava longe, o sapo começa a emitir sons característicos da espécie.

— Da próxima vez que se meter onde não foi chamados, vai se arrepender. – diz a moça e se afasta junto do moço que estava com ela.

...

Depois de ter começado o ano com o pé esquerdo, o dia sorri para mim. Ao entrar na sala vejo a Eliza e ela acena para mim, sorrio e vou caminhando na direcção dela.

Quando estava próximo, a moça de antes vai se sentar ao lado dela e prefiro sentar noutro lugar. A aula iniciou e decorreu tranquilamente.

...

No intervalo, Manuel veio até minha sala, a moça do sapo e a Eliza parecem estar se entendendo, já que até saíram juntas.

— Então estão na mesma, que coincidência ela estar estudando aqui também. – diz Manuel.

— Pois é, mas ainda não falei com ela. – digo.

— Vamos falar com ela agora. – diz Manuel me puxando para ir com ele.

Luiza

Depois de me divertir com minhas novas colegas e ter conhecido aquele charo que estragou tudo, fui para minha nova sala de aula. Olhei ao redor, não gostei da maioria já de vista. Vi uma moça acenar para o moço estraga prazeres, então decidi cortar a vibe dele me sentando com ela.

— Não se importa se eu sentar aqui, não é? – pergunto só para ver sua reacção, de qualquer forma, eu já tinha decidido me sentar ali.

— Não. Pode ficar a vontade, meu nome é Eliza e o seu? – pergunta ela simpática.

— Meu nome é Luiza. – digo.

— Prazer. Espero que sejamos boas amigas. – diz Eliza.

— Gosta de animais? – pergunto.

— Gosto de alguns. – responde ela.

— Insectos, anfíbios, répteis. Gosta ou sente nojo como as outras moças? – pergunto.