Capítulo 5

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Luiza

...

— Que bom que chegou, fiz uns doces para nós. – diz Elias enquanto minha mãe arruma a mesa.

Passando esse pouco tempo com eles, de mente aberta, percebi que tenho sido injusta com ele. Então, ultimamente tenho tido uma convivência tranquila com ele.

— Vai lavar as mãos, filha. – diz minha mãe.

— Vou correndo lavá-las, quero provar os doces. – digo sorridente.

— Como foi seu dia? – pergunta Elias.

Abro a torneira e lavo tranquilamente as mãos.

— Foi agitado, mas divertido. – digo.

— O que acha de irmos à praia no final de semana? – sugere minha mãe.

— Não é uma má ideia. – digo.

Depois de comermos doces juntos, passamos um bom tempo conversando, o Elias contou cada história mais louca que a outra. Eles até foram me deixar na cama, parecia que erámos uma família. Queria ter momentos de descontração assim com meu pai, nós quase sempre falamos sobre o futuro que me espera. Esse tempo aqui com o Elias e minha mãe, eu posso fingir que não sou a herdeira, mas sim uma moça como qualquer outra. Sem planos, inimigos, nem responsabilidades.

...

No dia seguinte, eles me levaram para a escola. A maioria pensa que o Elias é meu pai, já que nunca viram meu pai. Agora até senti saudades do meu irmão, ele que sempre me levava para a escola. Ele deve estar a aproveitar que não estou lá para ficar com aquela Lyla.

— Bom dia, minha namorada! – diz Manuel quando cruzamos no corredor.

— Eu não sou sua namorada. – digo.

— Eu amo te provocar, porque você se chateia fácil. Sabe, eu gostaria de ser seu amigo, pode ser? – diz Manuel sorridente.

— Se parar de me provocar, quem sabe...

Na verdade, meio que já lhe considero um amigo.

— Não prometo nada. – diz ele

Carlos e Eliza nos encontram no corredor.

— Manuel! – Carlos o abraça. – Que bom que voltou, quando chegou?

— Há pouco tempo. – diz Manuel ao desfazer o abraço. – Olá, Eliza.

— Oi... – diz Eliza com olhar fixo no do Manuel.

Eu me sinto naquelas séries, onde o casal protagonista começa a flertar. Só que o Manuel parece meio hesitante.

— Conta as novidades, como foi lá? Irá ficar aqui? – pergunta Carlos.

Finalmente o Manuel desvia o olhar para Carlos.

— Eu conto depois com detalhes, nós estavamos indo para a cantina.  – diz Manuel segurando minha mão.

— Tudo bem, depois falamos. – diz Carlos olhando para nossas mãos dadas.

Eu pensei em puxar minha mão da dele, mas só queria ver se Carlos ficaria incomodado com isso. Porém, ele só virou e foi embora junto da Eliza.

Assim que se afastam separo nossas mãos.

— O que foi isso? – pergunto.

Manuel suspira.

— Eu estou tentando não ficar próximo da Eliza. Desculpa por te envolver nisso. – diz Manuel com a expressão cabisbaixa.

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