Capítulo 35

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Eliza

...

Eu praticamente fugi da casa do Manuel, estou com vergonha de como agi naquela madrugada.

Estava tão frustrada que fiz coisas tolas, como beber até não me reconhecer e falar de meus sentimentos para o Manuel.

Acho que devo simplesmente me conformar com a realidade, minha família morreu e não tem como eu ter outra igual. Pois sangue, não torna ninguém família.

— Como você está? – pergunta Ana.

— Estou melhor que ontem. – respondo.

— O que aconteceu ontem para ficar daquela forma? – pergunta.

— Não aconteceu nada, só preciso descansar nesse fim de semana e estarei como nova.

...

Como esperado, acordei bem disposta depois de um bom descanso de dois dias.

Apesar de saber que minha família de sangue não me quer, fico feliz que pelo menos tenho a Luiza como amiga.

— Querem que vos leve? – pergunta tio Romeu.

— Não, vamos de transporte público. – digo.

— É bem mais divertido. – diz Ana.

— Como quiserem, boa aula. – diz ele.

Saímos de casa ao mesmo tempo que um carro estaciona na frente, dele sai a Luiza.

Luiza

...

Já faz dois dias depois daquilo tudo, meio que me tranquei no quarto do meu pai por esses dias.

Meu pai está se recuperando aos poucos, ainda não saiu da cama, minha tia está no comando e odeio isso. Ela não parece ter sentimentos as vezes, disse que eu não devia considerar a “bastarda” como ela disse de minha irmã.

Percebo que de alguma forma sou como ela, eu mesma sempre tratei meu outro irmão assim, mas não quero ser mais assim.

Eu pedi ao meu motorista para ir até o endereço da Eliza, encontrei ela e Ana na porta, prestes a ir para a escola.

— O que faz aqui? – pergunta Eliza.

— Eu quero falar contigo. – digo.

— É melhor eu ir, nos vemos lá. – diz Ana e se afasta.

— Sobre aquele dia, desculpa por aparecer na tua casa. – diz Eliza.

Suspiro.

— Naquele dia estava tudo uma grande confusão, mas quero que saiba que para mim sempre foi minha irmã. Seja o que for que minha tia, ou melhor nossa, disse não dê muita importância. – digo.

— Está tudo bem, vamos deixar as coisas como elas sempre foram. Amigas? – Eliza estende a mão e a puxo para um abraço.

— Sempre.

Vamos para a escola conversando como sempre fizemos antes de tudo isso, fico feliz que tudo voltou ao normal entre nós.

Carlos

...

Estão todas estranhas, a Luiza e a Eliza estão agindo de forma suspeita, cheias de segredos.

A Angelica está a estudar na mesma sala que eu, agora sento com ela. Luiza voltou a sentar com  a Eliza.

— Me empresta seu caderno? Preciso passar a matéria anterior. – pede Angelica.

— Claro. Quer que te ajude com os estudos? – pergunto.

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