Amor puro

Capítulo 10

Ana

Acordei bem cedo, me arrumei e fui até a sala. Eliza estava matabichando, já faz um tempo que não fala comigo, mas sempre me comprimenta por pura educação. Não gosto do clima que ficou entre nós, sei que ela só quis me ajudar e não tem culpa de terem agredido o Rodrigo. Tenho que mudar esta situação.

— Eu sinto muito pelo que aconteceu, não devia ter feito aquilo com você. Eu fiquei louca quando soube o que aconteceu com o Rodrigo, me perdoa, vamos voltar a ser como antes? – indago sorridente.

Eliza suspira.

— Eu perdôo, mas me promete que não irá mais fazer algo assim para ter atenção. Quando alguém ama você de verdade não te pede coisas deste tipo, a pessoa não faz nada que te machuque e te faça sentir desconfortável. – diz Eliza.

— Obrigada por me dar mais uma chance. Eu farei o possível para não decepcionar. – digo sorridente.

— Eu já vou para a escola, quer que te espere? – pergunta Eliza.

— Não, irei depois de você. 

Após a Eliza sair, percebo esqueceu seu celular. Uma lembrança vem em minha mente.

— Você me ama? – pergunta.

— Sim, mais que minha própria vida. – digo.

— Então, fará o que irei te pedir. – diz Rodrigo olhando para mim.

— O que tenho que fazer desta vez? – indago.

— Simples, me ajudar a me vingar do Manuel. – ele toca meu rosto com delicadeza e se aproxima mais de mim, ficando há centímetros de distância de mim.

— Como exactamente eu iria te ajudar? – pergunto meio nervosa com sua proximidade.

— Você irá atrair ele para uma antiga fábrica e lá eu trato do resto. – diz ele baixinho aos meus ouvidos.

— Eu não posso fazer isso, se a policia aparecer, estaremos perdidos. Não posso fazer isso. – digo.

Ele suspira e vejo seu olhar ficar sombrio, porém com sua expressão serena.

— Pensei que se importasse comigo. Como posso retribuir o que sente se nem sequer tem coragem fazer quem me machucou pagar? Eu já imaginava, vou procurar ajuda de alguém mais corajosa. – diz ele se afastando.

— Não faça isso, se a polícia te pegar, seu futuro será arruindao. – digo desesperada.

Me preocupo com ele, eu o amo. Mas não quero ser uma criminosa, ao mesmo tempo que quero garantir que ele fique bem.

— Não me importo, vou me vingar com ou sem você. – diz ele firme.

Me aproximo dele, coloco minhas mãos em seu rosto e olho no fundo de seus olhos.

— Eu vou te ajudar, quero garantir que nada de mal irá acontecer com você. Eu te amo. – digo.

— Você é muito especial, me sinto honrado em ser a pessoa que ama e que faria tudo por mim. Irei te enviar tudo por mensagem, já tenho tudo planejado, atraia o Manuel até a fábrica.

...

Sinto muito, prima, terei que quebrar minha promessa. Pego no celular da Eliza e mando uma mensagem para Manuel, dando as coordenadas da fábrica.