Capítulo 18

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Eliza

...

Estou feliz que o Manuel e eu decidimos recomeçar do zero, esquecendo a cena do jardim.

Confesso que eu não consigo tirar a declaração dele com o nome da Luiza, ainda sinto raiva disso. Ela com aquele jeito dela, acaba fazendo as pessoas gostarem dela, isso é tão natural.

Só não queria que fosse ela, não podia ser ela.

— Bom dia. – diz Carlos.

— Bom dia. – digo.

— Eu posso te fazer uma pergunta? – pergunta Carlos.

— Pode.

— Por que está a evitar a Luiza? – pergunta ele.

— É impressão sua. – digo.

Ele suspira.

— Somos amigos há muito tempo, pensei que confiasse em mim. – diz ele decepcionado.

— Está bem, não precisa fazer essa expressão, te conto. Eu acho que o Manuel gosta da Luiza. – digo.

— Por quê? Ele está contigo agora, não faz sentido. – diz ele.

— Ele trocou meu nome pelo da Luiza quando se declarou. – digo.

— E? Ele pode ter se confudido, devia estar nervoso.

— Mesmo assim, ele pode não saber que gosta dela ainda. Você poderia me ajudar com isso? – indago.

— Como? – pergunta Carlos.

— Bom, você poderia afastar a Luiza do Manuel até essa confusão dele passar. – digo.

— Não acredito que me pediu isso! São nossos amigos, como pode querer separar nosso grupo por um motivo egoísta? – indaga Carlos irritado.

— Ei, não precisa ficar chateado. Não faça se não quiser, eu entendo. – digo.

— Não dá pra falar contigo, está cega pelo ciúme. – Carlos se afasta.

Luiza caminha pelo corredor conversando com a Luana. Ela não chegou a tentar falar comigo,  é a cara dela respeitar o espaço de cada um e não forçar as coisas.

...

Depois da aula na hora do lanche, não vi o Carlos e a Luiza.

Porém, o Manuel estava ali numa das mesas.

— Eu pensei que ia lanchar sozinho. Aqueles dois desapareceram. – diz Manuel.

Me sento à mesa.

— Eles devem estar por aí. – digo.

— Pelo menos nós estamos aqui. – diz Manuel.

— Eu gosto disso, – coloco minha mão sobre a dele – ter sua atenção só para mim.

— O que acha de fazer um programa divertido? – sugere Manuel.

— O quê? – pergunto curiosa.

— Vai ser surpresa. – diz ele sorridente.

...

Quando estava a voltar para casa, cruzei com a Luana.

— O que você quer? – pergunto.

— Que não se aproveite que a Luiza gosta de você, para magoar ela. Não sei qual é o seu jogo, mas seja qual for, se magoar minha amiga, eu prometo que vai sentir mais dor do que quando perdeu seus pais. – diz Luana com um frio.

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