Capítulo 28

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Eliza

Acordei num quarto de hospital, meu tio e o Manuel estavam ao meu lado. Lembro do que descobri, sinto raiva de meus tios.

Esse tempo todo vivi com os assassinos de meus pais, eles ainda tinham coragem de olhar nos meus olhos todos dias.

— Como está a se sentir? – pergunta Romeu.

— Estou bem, tio. – digo.

— Você vai ficar comigo, vou cuidar de ti. – diz meu tio.

— Obrigada. Manuel, que bom que está aqui. – digo com um sorriso fraco.

Manuel se aproxima e segura minha mão.

— Não podia te deixar sozinha. – diz ele.

— Eu vou tratar de algo, já volto. – diz tio Romeu e sai.

— Você estava lá? – pergunto.

— Sim, fui prender seus tios. Eu sinto muito por tudo o que está a acontecer. – diz Manuel.

— Não se preocupe, pelo menos agora sei que meu pai não desistiu de mim e que não foi minha culpa a morte da minha mãe. – digo segurando forte na minha correntinha.

— Você não devia carregar essa culpa toda sozinha, sempre que sentir sentir seu coração pesado, pode dividir o peso comigo e não terá que sofrer mais sozinha. – diz Manuel com seus dedos entrelaçados aos meus.

— É bom saber que posso contar contigo. – digo.

Carlos entra.

— Olá, pessoal. – diz ele.

— Carlos, que bom que veio. – digo com um sorriso.

Manuel separa nossas mãos.

— Eu soube o que aconteceu, a Luiza me contou. – diz Carlos.

— E ela? Onde está? – pergunto.

— Disse algo como ser prisioneira, acho que está de castigo. Como você está? – pergunta Carlos.

— Estou bem melhor agora. – digo.

Luiza

Não acredito que ainda estou trancada aqui, isso é tão irritante.

Ouço a porta abrir e minha mãe entra no meu quarto.

— Mãe! – a abraço.

— Eu soube que estão em guerra, pelo menos está segura. – diz ela com um sorriso ao desfazer o abraço.

— Meu pai me trancou no quarto, sou praticamente uma prisioneira. – digo.

— Dessa vez ele está certo, é perigoso lá fora. – diz minha mãe acariciando meu rosto.

— Mas eu queria ver minha irmã. – digo.

— Seu pai me contou disso, como pode ter tanta certeza? – pergunta minha mãe.

— Eu vi nos olhos do pai, ela é filha dele. – digo.

— Melhor não insistir nisso, ele não a considera filha e não vai mudar isso, nem por você. – diz ela.

— Mas pelo menos tenho que cuidar dela, assim como o Ruan, ela tem meu sangue. – digo.

— Vamos ficar juntas e aproveitar enquanto podemos. – me abraça.

...

Carlos

...

Ainda me afecta ver que a Eliza ama o Manuel, seu olhar está cheio de amor por ele e não dá nem para esconder.

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