Capítulo 17

11 5 0
                                    

Luiza

...

— Bom dia, pai! – digo ao me sentar à mesa.

— Bom dia, filha. Sua mãe ligou, diz que quer te ver. – diz meu pai.

Desde aquele ocorrido com o meu pai, eu não voltei a ver minha mãe e ela meio que desapareceu por esse tempo. Ela deve estar chateada comigo.

— E o que o senhor pensa sobre isso? – indago.

— Nada. A decisão é sua. – diz ele.

— Então posso passar uma semana com ela? – pergunto.

— Luiza, você não é mais só minha filha, o que fez com a família Matável foi a sua entrada para o meu mundo. Isso significa, que tem inimigos com raiva de ti, que podem tentar te matar. – ele faz uma pausa – Pelo bem de sua mãe e o marido dela, eu aconselho a ficar longe deles.

Eu sempre soube que teria que fazer sacrifícios, só não imaginava que ia doer tanto.

Eu queria muito poder ter minha mãe por perto, foi tão bom o tempo que fiquei lá. Não queria que nossas realidades nos separasse.

Meu pai sai de seu lugar, se ajoelha na altura da cadeira, na qual estou sentada, e olha nos meus olhos.

— Não é fácil comandar todo meu patrimônio e negócios, por isso te criei para não ter medo de nada, para estar disposta a sacrificar tudo por isso. – ele se levanta – Você precisa controlar suas emoções, se quiser chorar não tem problema, só não faça isso na frente dos outros, principalmente dos inimigos.

— Quero ver a Luiza que comandou isso por uma semana, que recuperou o nome da nossa família, deixou os Matável sem nenhuma arma e infestou a fábrica deles com escorpiões.

— É nisso que quer transformar nossa filha? Numa criminosa como você? Ela só tem 13 anos! – indaga minha mãe irritada, ao aparecer de repente.

— Quero transformar ela, numa mulher poderosa e destemida. Tudo o que ensinei à ela é para seu bem e da nossa família. – diz meu pai.

— E afastar ela de mim faz parte disso? – pergunta minha mãe com lágrimas nos olhos.

— Você sabe que isso é importante para a Luiza, é o destino dela e são necessários alguns sacrifícios. – diz ele.

— Esse não é o sonho dela, é o seu. Você sempre fez que ela seguisse você cegamente para que ela possa sentir que você ama ela, tudo o que ela faz é para ouvir que você tem orgulho dela. O maior medo dela é decepcioná-lo e você usa isso para a manipular, você é um péssimo pai! – grita minha mãe.

— Por favor, parem com isso! – digo com tristeza.

Lágrimas teimosas caiem de meus olhos.

Tento ser forte, mas não consigo ver meus pais assim me fere a alma.

— Filha, eu não posso deixar ele estragar sua vida e seus sonhos. Você tem amigos fora desse mundo, podemos recomeçar em outro lugar, nós duas e o Elias. – diz minha mãe limpando minhas lágrimas.

— Eu não posso, eu sou como o pai agora, deve ficar longe de mim. Vai embora. – digo com o coração em pedaços.

Eu não queria que isso acabasse assim, mas meu pai tem razão. É perigoso ficar perto deles dois, logo agora que tinha me aproximado do Elias.

— Tudo bem, eu vou. Se precisar de mim, sabe onde me encontrar. – minha mãe sai.

Abraço meu pai.

Amor puro Onde histórias criam vida. Descubra agora