Capítulo 3

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Eliza

O tempo passa tão rápido, já fazem duas semanas desde aquela chamada que me fez estremecer.

Olho para o céu azul e suspiro. Queria que tudo isso fosse um pesadelo e quando acordasse minha mãe estaria lá comigo, meu pai ainda me amaria. Sempre lute, nunca desista. Esta correntinha é tudo que me resta deles.

Tudo foi tão rápido que nem parece real.

2 semanas atrás...

Após atender a chamada que descobri ser de meu tio Romeu, que na verdade era um amigo de meu pai. Vou até o hospital encontrar ele, sua voz parecia estranha pelo celular e meu coração está apertado. Espero que ele não tenha más notícias.

— Tio Romeu. – o chamo.

— Eliza, você está maior. – ele sorri fracamente, agora tenho certeza que tem algo errado. – Você é uma moça forte, sei que consegue continuar.

Olho para ele confusa.
Ele tira a correntinha que meus pais me deram de uma caixinha, a pego de sua mão, ainda sem entender.

— Eu dei ao meu pai, ele ia me entregar quando voltasse. Onde ele está? – pergunto com lágrimas nos olhos.

— Eu sinto muito, ele faleceu. Ele amava muito e... – o interrompo.

— Quero ver o corpo dele. – digo firme mesmo com algumas lágrimas caindo.

— Venha comigo. – diz tio Romeu.

...

Ao entrar no quarto e ver seu corpo coberto por um lençol branco, prestes a ser colocado num saco preto, desabo em lágrimas. Eles descobrem a parte de cima, para que eu veja seu rosto.

— Me deixa um pouco aqui, preciso ficar sozinha, quero me despedir.

Meu tio sai me deixando só.

Vou até  mais perto do corpo com làgrimas nos olhos.

Lembro que erámos tão felizes antes de tudo isso, ele sempre era carinhoso comigo, me abraçava e dizia que me amava. Agora, ele está morto, mas acho que ele já estava morto por dentro quando minha mãe se foi. Pelo menos, agora ele vai ficar perto do amor de sua vida.

— Obrigada por tudo, pai. Eu prometo que vou viver por nós, sonhar e amar. Eu nunca vou desistir, sempre vou lutar.

Choro com intensidade. Me afasto de seu corpo e saio do quarto.

— Quer que eu te leve para casa? – pergunta tio Romeu, preocupado.

— Não precisa, eu preciso ficar sozinha. – digo.

Algum tempo atrás...

O sol brilhava em mais um dia nos jardins de casa, meus pais e eu estavamos fazendo um pequinique em casa.

— Pai, como vocês se conheceram? – pergunto.

— Nós erámos amigo desde crianças, crescemos juntos, meu amor. – responde meu pai.

— Então, vocês se apaixonaram na infância como nos romances que a mãe lê pra mim? – pergunto.

— Não foi bem assim, seu pai e eu nos apaixonamos quando você crescia em mim. – diz minha mãe com uma expressão que me intriga.

— Mas... – ela me interrompe.

— Não é a hora para falarmos sobre isso. Vamos aproveitar esse momento tão preciso. Eu amo vocês. – diz minha mãe com um sorriso doce.

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