Capítulo 26

11 4 0
                                        

Ana

...

É terrível quando você descobre que as pessoas que deviam te amar e cuidar de você, só se importam com uma coisa.

Dinheiro.

— Eu sabia que ia sentir minha falta. – diz Rodrigo assim que abro a porta.

Fecho a porta.

— Não foi por isso que te chamei, já disse que não te amo mais como antes. – digo.

— Não foi o que pareceu na última festa. – diz ele.

As vezes meu coração é um péssimo conselheiro, mas eu tento escutar mais a razão. Eu juro!

— Vou directo ao ponto, meus pais planejam roubar o dinheiro da Eliza e ir para longe, até compraram os bilhetes. – digo.

— E? – pergunta.

— Eles só compraram dois bilhetes, o que significa que não faço parte desse plano. Eu sempre soube que eles não eram do tipo que faz papel real de pais, mas não esperava que fossem me abandonar. – digo.

Eu amo muito meus pais, mas eles nem se importam com a minha existência e nem faço parte de seus planos.

Agora entendo a razão da tia Helena evitar contacto com esses dois, são dois idiotas.

— Eu já passei por isso, você se acostuma com o desprezo de quem supostamente deveria te amar. Pelo menos, eles não dizem na sua cara que te odeiam. – diz Rodrigo em um suspiro.

— Eu quero que eles sejam presos e paguem pelo desprezo que tem por mim. Uma vez a Luiza disse que eram assassinos, só precisamos encontrar provas para colocar eles na cadeia. – digo tomada pela mágoa.

— Eu sei quem eles mataram, no meu mundo esse tipo de coisa se espalha rápido. – diz Rodrigo.

— Então irá me ajudar, certo? – indago.

— Eu vou sim, pela única pessoa que me deu amor, no meio de tanto ódio que me cercava. Farei o que puder para que um dia acredite no que sinto por ti. – diz Rodrigo levando minha mão até seus lábios e beijando suavemente.

Rodrigo nos últimos anos diz ter descoberto que gosta de mim, que não é como no passado que não me queria por perto. As vezes acredito nele, mas as vezes o que aconteceu no passado é mais forte do que a vontade de que seja verdade.

— Será sua primeira vez a provar que me ama. – digo.

— De muitas.

...

As coisas não mudaram na nossa rotina, nem parece que estão prestes a dar um golpe na própria sobrinha e abandonar a filha.

— Por que me olha assim? – pergunta minha mãe.

— Nada, só estou admirando a mãe que tenho. – digo.

Uma notificação de mensagem entra no meu celular do Rodrigo.

Eu descobri algumas coisas que vão te interessar.

— Eu vou sair um pouco, já volto. – digo.

— Está bem.

...

— Essa é sua casa? – indago maravilhada com a decoração do local.

— É sim, foi aqui que cresci. – diz Rodrigo.

— É bem confortável. – digo.

— Bom, não foi para isso que veio. Como te disse no celular, descobri algumas coisas sobre sua família. – diz Rodrigo.

Amor puro Onde histórias criam vida. Descubra agora