Amor puro

Capítulo 33

Luiza

...

Meu destino está traçado e não tenho escolha a não ser aceitá-lo.
Uma vez, Carlos me disse que sempre temos uma escolha, só que as vezes não temos coragem de ir pelo caminho mais difícil.

No meu caso, sair do futuro que meu pai traçou para mim, está totalmente fora de questão. É tudo o que me une ao meu pai, o amor por todo esse mundo. Sinto que se eu sair, me afastarei dele e é tudo o que não quero.

— Tem certeza que quer fazer isso? – pergunta Adriano.

— Sim, pelo meu pai, eu faço o sacrifício que for necessário.  – digo firme.

Adriano segura minha mão.

— Estou contigo, nunca mais te deixarei só. – diz ele.

Puxo minha mão da sua.

— Obrigada.

Apesar de estar focada na missão, estou preocupada com a Eliza. Não sei como ela se sente agora que sabe a verdade, pelo menos no caminho, pedi para o Manuel cuidar dela. E ele também me deixou preocupada com essa história da Helena estar viva.

— Chegou a hora, Luiza. Vamos invadir. – diz Ruan.

Pego minha arma e suspiro.

— Vamos fazer eles pagarem. – digo firme.

Nossos homens seguem as ordens do Ruan e começa a invasão, eles são recibidos a tiros.

— Assim que limparem o caminho, vamos te levar até quem atirou no pai e você fará o que tem que fazer. – diz Ruan.

— Está certo.

O som das armas se torna tão alto que achei que ficaria surda.

Nesse momento, sei que tem pessoas morrendo por minha família, pessoas que nem conheço e que talvez sejam esquecidas depois disso.

E agora, eu também sentirei como é ver os olhos perderem o brilho pelo gatilho que eu apertar. Eu queria poder reescrever tudo isso, mas não sou a pessoa que vai mudar a história.

Ruan faz o sinal para eu entrar, destravo minha arma e fico atenta à cada passo dos inimigos.

Ruan me dá cobertura pela frente e Adriano por trás.

Não preciso gastar minha munição, estou perto do momento da decisão.

— Ele está no jardim, escondido. – diz Ruan.

— Eu quero cinco homens me acompanhando. – grito.

Vou com os cinco, que não incluem o Ruan e Adriano. Eles foram procurar o pai do moço que atirou no meu pai.

O nome dessa família é Ribeiro, eles vendem pedras preciosas também, mas seu negócio mais lucrativo é o tráfico de drogas e prostituição.

Já faz um tempo que estavam tentando roubar nossos clientes e vender suas porcarias na nossa área.

No jardim, somos recebidos a tiros. Também revido, porém acabo me separando de meus homens, pois corro atrás de quem era nosso alvo.

O Miguel Ribeiro.

— Parado aí mesmo. – digo.

— Então, é assim que acaba. – diz Miguel.

— Você pediu por isso. – digo com a arma apontada para ele.

— Serei o primeiro que irá matar, vai ser uma honra. – diz Miguel com um sorriso sínico.

Eu não consigo atirar, por que meu dedo não se move? Tenho sangue do Rogério, um dos homens mais temidos, não posso ser tão fraca.