Capítulo 32

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Luiza

Foi o melhor aniversário que já tive, com todos que eu amo e sem guarda costas. Ruan não voltou para me buscar, o que significa que realmente fez o que pedi, se divertir um pouco e não se preocupar tanto comigo.

Ao chegar em casa, vejo minha tia sentada no sofá. Seu nome é Eugénia, sempre que ela aparece por aqui, tem algo muito sério a acontecer.

— Tia. – a chamo.

— Finalmente apareceu, enquanto você estava fora, seu pai levou um tiro. – diz tia Eugénia com frieza.

— Não pode ser... Onde ele está? Preciso ver ele. – fico desesperada.

— Ele está aqui, recebendo cuidados médicos, você não precisa vê-lo. – diz minha tia.

— Não pode me impedir de ver meu pai. – digo indignada.

— Você puxou a emocional da sua mãe, já esperava isso. Mas como sua tia, Luiza, eu vou te dizer o que você precisa fazer. Matar o idiota que fez isso com seu pai. – diz ela com uma tranquilidade que me assusta.

— Eu nunca matei ninguém, não posso fazer isso. – digo.

Tia Eugénia se levanta e segura minha mão com violência.

— Olha bem para mim, eu estou mandando você fazer isso. Todos que tem nosso sangue nas veias, sujaram as mãos. Tudo o que vê aqui, foi construído através de sacrifícios de sangue e não será diferente contigo. – ela me atira no sofá – Não dá pra ganhar uma guerra com brincadeiras de criança, como caixas com insectos, se quiser que não machuquem as pessoas que você ama, terá que sujar suas mãos.

Tia Eugénia suspira.

— Eu faço isso por ela. – diz Adriano ao aparecer de repente.

— Pensei que nunca mais fosse pisar aqui. – diz minha tia.

— Pela Luiza, até volto a viver aqui. – diz Adriano.

Eu não consigo entender, por que Adriano quer me proteger? Será que o Manuel pediu para ele? Como ele soube?

— Minha filha. – minha mãe entra e vai até mim.

— Eu estou confusa, por que quer me ajudar, Adriano? – pergunto.

— Então, meu irmão não te contou? – indaga tia Eugénia.

— Ela não precisa saber. – diz Adriano.

— O que estão a esconder de mim? – pergunto.

Minha mãe suspira.

— Eu vou te contar. – ela faz uma pausa – Eu não sou sua mão biológica.

Isso não é real, só pode ser um pesadelo.

— O quê? É mentira, não é? Diz que é mentira!

— É verdade, Luiza. Sua mãe era minha irmã, você é a cópia dela. – diz Adriano.

— E onde ela está? – pergunto segurando a vontade de chorar.

— Ela está morta. – diz Adriano com uma expressão triste.

— Eu preciso de um tempo para assimilar tudo isso. – digo quase desabando.

Minha vida inteira foi uma mentira, tudo o que acreditava está a desmoronar.

— Não temos tempo para isso, depois você pode sofrer até o momento que quiser. Agora tem que agir como a herdeira que meu irmão treinou e vingar nossa família. – diz minha tia com uma frieza impressionante.

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