Capítulo 44

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Manuel

...

Consegui uma pequena saída de meu trabalho e fui visitar o Adriano.

Ao chegar lá fui recebido pela Aurora que chamou o Adriano, alegre por me ver.

— Meu irmão! – Adriano me abraça.

— Eu aproveitei para vir te ver. – digo.

Olho para a casa onde vivi anos atrás, tantas lembranças tenho aqui, boas e más. Sinto falta do tempo que passei aqui, é uma pena que daqui a pouco será vendida. Adriano e Aurora pretendem se mudar.

— É sempre bom receber uma visita sua, como está a Luiza? – pergunta Adriano.

— Bem. Ela ainda continua cuidando dos negócios da família.

Adriano suspira.

— O Rogério ainda vai fazer ela se machucar. Você precisa proteger ela, te contei o que aconteceu com a mãe biológica da Luiza, minha irmã, não deixe acontecer o mesmo com ela.

— Eu vou fazer o que for possível para cuidar dela, eu prometo. – digo.

— Hora do lanche. – diz Aurora com uma bandeja cheia de coisas gostosas.

Se a Luiza estivesse aqui, tenho certeza que já teria atacado as coisas da bandeja, essa é uma das coisas que nem o tempo mudou nela.

— Está uma delícia, quem fez? – pergunto.

— Fui eu, estou aprendendo com seu amigo aqui. – diz Aurora.

— Vocês pretendem se mudar logo? – pergunto.

— Sim, já está na hora de deixar ela ir e recomeçar, devia fazer o mesmo. – Adriano faz uma pausa – Vivemos muitas coisas juntos nesta casa, mas está na hora de seguir em frente.

— Eu ainda tenho esperança de que ela baterá nesta porta e me dará um abraço. – digo emocionado.

— Seja onde for que ela esteja, tenho certeza que está bem e quer que seja feliz. – diz Adriano.

É doloroso não ter certeza do que realmente aconteceu, se alguém está a brincar com minhas emoções e ela realmente esteja morta.

Meu celular toca e vejo o nome do Inácio na tela.

— Manuel, você precisa vir para cá. – diz Inácio com um tom desesperado.

— O que aconteceu? – pergunto.

— Recebemos uma denúncia de que algumas pessoas disfarçadas de palhaço invadiram uma festa infantil e raptaram uma criança. E quando cheguei lá, descobri que essa criança era sua filha.

Meu coração quase parou ao ouvir que minha filha estava nas mãos de criminosos. Isso não podia estar a acontecer...

E a Luiza? Preciso saber se está segura.

— Eu já vou até aí. – desligo e me levanto apressado.

— O que aconteceu? – pergunta Aurora.

— Depois conto, preciso ir embora. – saio ignorando o chamado do Adriano.

Não quero preocupar eles, sei o quão amam a sobrinha neta, que isso quebraria seu coração.

...

Ao chegar no local em que tudo aconteceu, encontrei Angelica chorando e Carlos tentando a acalmar.

Angelica percebe minha presença e vem até mim com lágrimas.

— Me perdoa, não consegui proteger ela. – diz ela com voz chorosa.

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