Defensor

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Oie :)

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Boa leitura <3

(...)


Após apenas alguns minutos Malee voltou de seu mal estar.

Já deitada sobre o sofá sentia as mãos calejadas de seu neto acariciando sua cabeça e a voz dele no fundo pedindo insistentemente para que ela acordasse.

À sua frente podia ver, ainda que borrado, a figura de Thanawat que a abanava com uma agenda qualquer ao mesmo tempo que pedia para First se acalmar.

- Vovó - Kanaphan chamou aos prantos ao ver que a mulher havia acordado - Vovó você está bem? - questionava inúmeras vezes completamente preocupado com a saúde da senhora.

- Se acalme First, se não deixará ela nervosa de novo - Thanawat pedia com a voz suave tentando manter o controle da situação.

Por conta do alto estresse que sentiu ao ouvir as palavras de Kai, o corpo de Malee entrou em parafusos, causando a baixa velocidade de batimentos cardíacos que afetaram diretamente na distribuição de sangue por seu corpo, ocasionando a síncope.

Khaotung já havia explicado isso para First que parecia não ouvir 1 palavra que saia de sua boca.

O garoto apenas desejava que sua avó melhorasse o quanto antes.

- Vovó - First chamou novamente num murmuro ao ver que não havia sido respondido.

- O que aconteceu? - a mulher questionou apertando os olhos e tentando de sentar sobre o sofá.

- Espere - Khaotung pediu calmo impedindo-a de se locomover - Você apenas ficou nervosa com a aparição repentina de seu filho - contou agaixando-se na altura dos olhos da senhora - mas ele já foi, então não precisa mais se sentir assim, ok? - pediu estendendo a mão para pegar o copo de água que havia deixado na mesinha de centro.

Sorriu leve para a mulher que ainda parecia confusa e a ajudou a se sentar devagar sobre o sofá.

First os olhava curioso.

Era a primeira vez que via Khaotung cuidar de sua avó e estava impressionado com o quão diferente ele parecia quando estava fazendo seu trabalho.

Pôde entender o porquê Malee gostava tanto do enfermeiro. Ele era realmente cuidadoso e preocupado.

- Beba - Khao pediu levando o copo até a boca da senhora para ajudá-la a se acalmar enquanto os olhos pousaram em First que ainda mantinha-se em pé ao lado do sofá.

Pôde perceber que o sangue ainda corria do machucado de Kanaphan indicando que era mais profundo do que imaginara e ,talvez, ele precisasse de pontos novamente.

- Sente aqui - pediu num tom baixo apontando para o lugar vago ao lado de Malee - seu pé está machucado - contou preocupado.

Kanaphan acatou com o pedido e posicionou-se ao lado da avó que agora tinha um semblante mais calmo que o anterior.

- Você está melhor, vovó? - questionou mantendo os olhos fixos no rosto da senhora.

- Acho que sim, querido - contou tentando acalmar o coração de seu neto que exalava nervosismo.

- Você precisa descansar, Malee - Khaotung afirmou preocupado em ela voltar à sentir-se mal - Você quer ir se deitar no quarto ou quer assistir alguma coisa na televisão? - questionou levantando-se sentindo suas pernas arderem pela posição anterior.

- Acho que irei me deitar, estou me sentindo tonta - admitiu olhando na direção da cozinha com medo de seu filho ainda estar presente.

- Certo, então venha aqui, me deixe te levar - pediu passando um dos braços finos da senhora por seus ombros ajudando-a a levantar - Fique aqui sentado, já venho ver o corte no seu pé - ordenou carregando Malee até o quarto.

- O que você quer comer? Já trago pra você - ofertou deitando-a sobre a cama.

- Pode ser o que vocês forem comer, querido - Malee sorriu ajeitando-se confortavelmente sobre o colchão olhando fixamente para os ombros marcados de Khaotung - Fifi quem fez isso em você? - perguntou apontando para as marcas levemente arroxeadas na pele de seu enfermeiro que corou de imediato.

Sem saber o que responder apenas apertou os lábios envergonhado tentando quebrar o contato visual que tinham, e a mulher, ao perceber a timidez de seu cuidador, mudou de assunto tentando não o deixar desconfortável.

- Cuide do Fifi, ele precisa de amor - murmurou cobrindo-se - Não o deixe triste, Fifi sofreu muito quando criança e não merece nada de ruim - suplicou com a voz triste.

Khaotung sorriu cabisbaixo assentindo com cada palavra dita e decidiu fingir que a mulher não havia visto as mordidas espalhadas por sua pele.

- Irei preparar seu café, qualquer coisa me chame - pediu deixando o quarto sentindo seu rosto queimar.

Voltou rapidamente até First que mantinha-se no mesmo local anterior, e, novamente, tinha lágrimas correndo de seus olhos.

Thanawat aproximou-se calmamente sem saber exatamente o que fazer para confortá-lo.

Mesmo que isso não fosse de sua ossada, ainda assim, sentia que devia isso à ele por ter recebido o mesmo quando precisou.

- First - chamou baixo tomando o lugar que antes Malee ocupava - Você está bem? - questionou fitando o rosto úmido do outro que suspirou tentando conter seu choro.

- Estou - mentiu sorrindo fraco levando seus olhos até os de Thanawat que pareciam diferentes do comum.

Perdeu-se ali por uns segundos sendo o suficiente para sentir-se minimamente melhor diante das palavras de seu genitor.

- Obrigado por me defender - agradeceu num sussurro com os olhos ainda marejados.

Thanawat assentiu com a cabeça sorrindo fraco sem saber ao certo o que falar.

Não sabia se deveria contar que já esteve na mesma posição, se deveria dizer que entendia o sentimento de First.

Teve medo de que o rapaz achasse que ele estava transformando a dor sentida em algo sobre si.

Então permaneceu em silêncio tentando dar seu apoio mesmo que não houvessem palavras.

– Ele é sempre assim – Kanaphan admitiu quebrando o contato visual que mantinham – desde que sou criança ele é agressivo – contou com a voz trêmula tentando segurar as lágrimas num sorriso falso.

– Me desculpe por ter ido até a cozinha, talvez se eu não tivesse aparecido ele não fosse tão duro com você – Khao pediu desejando entrelaçar seus dedos aos de First para demonstrar que ele não estava sozinho, mas não o fez.

– Se você não tivesse aparecido eu provavelmente teria apanhado – riu anasalado voltando a olhar para Thanawat enquanto lágrimas corriam de seus olhos – Obrigado – agradeceu novamente com os olhos brilhantes.

Num ato impensado, Khaotung levou sua mão até o rosto sensível e avermelhado de Kanaphan e o acariciou leve tentando acalentar a tristeza que o outro sentia.

Suas digitais passavam leve pela pele úmida enquanto seus olhos se fitavam intensamente fazendo um arrepio subir pela coluna de Kanaphan.

– Ainda que eu te odeie, te defenderei dele o quanto for preciso – Thanawat admitiu num sussurro afastando-se do outro.

Khaotung sentiu-se atordoado pela intensidade dos olhares trocados, e, por algum motivo que ele não sabia, seu coração acelerou aquecendo todo seu corpo fazendo-o ter vontade de envolver Kanaphan em um abraço.

(...)

– Você é fofo –

Playing Games (FirstKhao)Onde histórias criam vida. Descubra agora