Onze anos atrás, os Potters recebiam em sua casa a família Duval. Apesar de Brandon Duval e Thiago Potter serem inimigos declarados desde a época dos Marotos, a confraternização entre as duas famílias era comum, já que, mesmo com a rixa entre os doi...
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Ellis não tinha muitos amigos. Na verdade, ela tinha apenas um, Cedrico Diggory. Seu vizinho e melhor amigo.
Quando era pequena, mais ou menos aos cinco anos, Severo achou que seria melhor eles se mudarem para um lugar mais afastado da cidade para manter a garota em segurança, já que conforme ela crescia, novas perguntas surgiam sobre seus pais. E, assim como o paradeiro de Harry Potter era segredo, o de Ellis também era.
Por isso, comprou uma casa afastada, no meio do campo. E, coincidentemente, depararam-se com os Diggory, seus novos vizinhos. A casa dos dois não ficava um ao lado da outra. Na verdade, um grande campo de mato os afastava, mas isso não impediu que Cedrico e Ellis se conhecessem, muito menos que se aproximassem e virassem grandes amigos.
Snape, por mais que não tivesse gostado da amizade dos dois no início, precisou deixar de lado sua implicância. Apesar de não gostar dos Diggory, o pai de Cedrico o ajudava a cuidar de Ellis sempre que ele precisava ir para Hogwarts, o que, no fim das contas, fez com que o senhor Amos se tornasse um terceiro pai para a garota.
Ellis Duval não era uma criança comum.
E isso não se deve apenas ao fato de ela ser um dos dois bebês que sobreviveu a Lord Voldemort. Os entes mais próximos sabiam muito bem disso. Cedrico Diggory, seu melhor amigo, tinha certeza absoluta sempre que afirmava, com todas as suas forças, que Ellis Duval era “especial”.
Enquanto as férias não chegavam, Ellis passava os dias na casa dos Diggory. Enviava e recebia cartas constantemente de/para Hogwarts. Perguntas de Snape sobre como ela estava, normalmente uma vez por semana, cartas curtas que duravam menos de meia página. Por outro lado, as de Cedrico costumavam ter muito mais que uma página, já que o garoto gostava de contar, com detalhes, o que havia acontecido durante a semana e responder tudo que Ellis havia lhe contado na carta da semana anterior. Era uma rotina entediante, principalmente na hora de esperar as corujas, mas, no fim das contas, cartas eram tudo que eles tinham para conseguirem continuar conversando.
E, enquanto esperava a entrega do correio, Amos Diggory passava os dias livres lhe ensinando algumas coisas do Mundo Bruxo, algo pedido por Severo, já que ele só podia ensinar esse tipo de coisa a garota durante as férias de Hogwarts.
Além disso, o passatempo preferido de Ellis era brincar no quintal de casa, o que podia ser multiplicado em dois, já que ela tinha dois gigantescos quintais para brincar, além da floresta, onde já tirou boas sonecas de baixo das árvores. Mas, o motivo principal de passar tanto tempo fora de casa era, na verdade, o mesmo motivo para Cedrico sempre dizer o quanto ela era especial.
Logo após a mudança, Ellis fez uma nova descoberta. Algo que deixou Severo muito surpreso e que fez Cedrico gostar tanto da garota. De alguma forma, e por algum motivo desconhecido, Ellis conseguia, literalmente, “falar” com os animais. Conseguia entende-los e comunicar-se com qualquer tipo de espécie. Snape nunca conseguiu entender como, nem de onde ela havia herdado essa característica, já que seus pais nunca tiveram esse dom e, no Mundo Bruxo, conseguir falar com os animais era tão raro quanto o tipo de doença trouxa que é encontrada em um a cada um milhão deles. De qualquer forma, seu dom era a válvula de escape mais utilizada pela garota. Caso contrário, os meses convivendo apenas com o senhor Amos seriam muito solitários.
