TRINTA E UM

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Draco não disse mais nem uma palavra depois da frase final de Ellis, e ela também não fez questão de retornar com algum novo assunto

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Draco não disse mais nem uma palavra depois da frase final de Ellis, e ela também não fez questão de retornar com algum novo assunto.

Andaram quase meia hora, embrenhando-se cada vez mais, até que a trilha se tornou impraticável porque as árvores cresciam demasiado juntas.

Havia salpicos de sangue nas raízes de uma árvore, como se o pobre bicho tivesse se debatido de dor por ali. Um galho quebrou-se atrás deles, os assustando. Empunharam suas varinhas e viraram-se em direção o barulho, mas não havia nada.

- Duke? - Ellis o chamou, achando que pudesse ser ele. Em meio a escuridão que os seguia, os olhos cinzentos de Duke apareceram.

- Será que pode pedir pra ele ficar visível? Dá menos medo se eu conseguir vê-lo. E, também, assim tenho certeza que ele não vai tentar nos matar de susto como da última vez.

Ela assentiu.

- Fique junto, Duke.

No mesmo instante o lobo saiu de trás de uma árvore de onde estava completamente camuflado. Ellis de uma risada baixa, atraindo o olhar de Draco.

- O que foi?

- Ele disse que você estragou o plano.

- Que plano?

- Ele queria nos assustar. De novo.

-Eu sabia! Espera, ele disse isso?

- Disse.

- Como você sabe?

- Consigo entende-lo.

- Consegue?

- É. Consigo entender todos os animais. Menos os bebês. Eles não falam, são como nós. A maioria, pelo menos.

- Todos os animais falam?

- Quase todos.

Os rosnados em conjuntos de Duke e Canino fizeram os dois se calarem de imediato. Olharam na mesma direção que os animais, curiosos.

Alguma coisa muito branca brilhava no chão. Eles aproximaram-se aos poucos.

- É o unicórnio. - sussurrou Draco ao identificá-lo.

- Está morto.

Ellis nunca viu algo tão bonito e tão triste ao mesmo tempo. As pernas longas e finas estavam esticadas em ângulos estranhos onde ele caia e sua crina espalhava-se sobre as folhas escuras. As lágrimas preencheram quase no mesmo instante os olhos de Ellis, o coração apertou contra o peito e o ar a sua volta parecia não ser mais o suficiente. Deu um passo à frente, mas um som de algo que deslizava a fez congelar onde estava.

Uma moita na orla da clareira estremeceu. Então, do meio das sombras saiu um vulto encapuzado que se arrastava pelo chão como uma fera à caça. Ellis e Malfoy paralisaram. O vulto encapuzado aproximou-se do unicórnio, abaixou a cabeça sobre o ferimento no flanco do animal e começou a beber seu sangue.

Duval levou a mão a boca, tampando o grito anasalado que por pouco não escapou. Draco a puxou para perto, assustado.

- Vamos embora. - ele sussurrou, o desespero estampado na voz. - Vamos, Ellis.

A figura encapuzada ergueu a cabeça e olhou diretamente para Ellis, o sangue de unicórnio escorrendo pelo peito. Canino passou correndo por Draco, o derrubando. Duke parou ao lado da garota, rosnando, pronto para defendê-la, se necessário.

Então uma dor como ela nunca sentiu antes varou em seu pescoço, como se sua cicatriz estivesse em fogo, espalhando-se rapidamente para sua cabeça. Meio cega, ela recuou cambaleando. Caiu no chão, a dor inundando o corpo. Malfoy levantou-se, trêmulo, e caminhou até ela, segurando seus braços e tentando ergue-la, a preocupação escancarada no rosto. Duke, de repente, saltou por cima de uma pedra grande e atacou o vulto.

The Best Of Me - Harry Potter - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora