QUINZE

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Pela terceira vez na mesma noite, Ellis precisou desviar do caminho que a levaria até a Floresta Proibida

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Pela terceira vez na mesma noite, Ellis precisou desviar do caminho que a levaria até a Floresta Proibida. Já era pouco mais que uma da madrugada quando chegaram ao fim da última passagem secreta, que os deixou em frente à escada das masmorras, onde se escondia, atrás dos degraus, a entrada do salão comunal da Sonserina.

Draco não havia dito uma palavra durante todo caminho. Ellis acreditou que, de alguma forma, ele queria fingir que não estava ali, a centímetros de distância dela, a seguindo como se sua vida dependesse daquilo, pulando de susto a cada mínimo barulho. Precisaram mudar a rota algumas vezes para evitar encontrarem-se com Filch, que parecia uma barata tonta atrás de Harry, Rony, Hermione e Neville.

- Por que estamos aqui? - perguntou Draco, cortando o silêncio pela primeira vez desde que começaram a andar.

- Trouxe o príncipe de volta para o castelo.

Ele franziu as sobrancelhas.

- Eu não vou. Sei que vai direto para a Floresta Proibida depois que me deixar aqui.

Ellis suspirou.

- Por favor, Draco. Não posso perder mais tempo, a essa hora eu já deveria estar voltando para meu dormitório. Você, Filch e Harry atrapalharam todos os meus planos.

- Então volte para o dormitório. Amanhã à noite, se quiser, posso ir para a Floresta Proibida com você.

- Não. Nós não vamos a Floresta Proibida. Eu vou.

- Nós vamos. - ele retrucou no mesmo tom de voz que ela. - Não estou te dando a opção de recusar.

A garota revirou os olhos, então virou-se de volta para a passagem. Rapidamente, Draco deu um passo em sua direção.

- Vou contar a Snape. Eu juro, Duval. Acordo ele agora mesmo e conto. Não estou nem aí se vai me causar problemas. Vai causar a você também e, no fim, não vai conseguir ir a Floresta Proibida.

- Você é insuportável.

- Vou com você. - ele deu mais um passo, passando por ela e entrando na passagem secreta de onde haviam saído. Virou o rosto, a olhando por cima do ombro. - Anda.

Então continuou a andar, deixando Ellis para trás. Parou segundos antes de virar o corredor, virando-se para a garota e suspirando. Murmurou, em seguida:

- Não sei qual é o caminho. Preciso que você vá na frente.

Ellis riu mais alto do que deveria com a expressão decepcionada no rosto do loiro. Correu na direção dele, virando o corredor estreito e desaparecendo passagem adentro.

Draco a seguiu sem pestanejar, mesmo que, no fundo, ele desejasse muito voltar para o salão comunal da Sonserina. Sua curiosidade, na verdade, àquela noite, estava falando mais alto do que qualquer vontade de não se meter em problemas. Ou de entregar Ellis a Filch.

Dessa vez, a caminhada até a saída da escola durou bem menos tempo do que todas as outras. Não precisaram fazer muito mais do que subir algumas escadas para voltar ao térreo e seguir uma linha reta. Filch se manteve bem longe da dupla durante todo o percurso, o que facilitou as coisas para as duas crianças.

Draco não fazia muito mais do que seguir a garota a sua frente, sem fazer nenhum tipo de comentário. Ele estava ocupado demais pensando no que estava acontecendo consigo mesmo. Afinal de contas, por que estava arriscando sua vaga de aluno em Hogwarts apenas para saber o que Ellis Duval pretendia fazer na Floresta Proibida?

A desculpa de que Ellis era sua parceira de poções era, provavelmente, a mentira mais esfarrapada que ele já contou a alguém, mas foi a única que ele conseguiu pensar no momento de pressão. Não podia lhe dizer a verdade, seja lá qual ela fosse, porquê nem mesmo ele fazia ideia do que estava o levando a fazer tudo aquilo por Duval.

Aquela era a sensação mais estranha que ele já teve na vida e ele esperava que ela chegasse ao fim logo.

Ellis, por outro lado, não parou para pensar no loiro que a seguia nem por um segundo. Ela simplesmente esqueceu de que aquela noite estava na companhia de Draco Malfoy, mesmo que fosse algo totalmente contra sua vontade. Poderia ponderar sobre isso mais tarde, quando tivesse mais tempo vago em sua mente. Agora, tudo que ela queria era encontrar-se com Duke.

- Veja, - murmurou Draco, puxando o braço da garota para baixo, a obrigando a se agachar. - Hagrid está acordado.

A garota voltou a atenção para o que estava a sua frente. No fim do curto desfiladeiro, logo na entrada mais próxima para a Floresta Proibida, ficava a cabana velha de Hagrid. Por uma das janelas, era possível que Draco e Ellis vissem as luzes acesas, mas de onde estava, não conseguiam enxergar nenhum movimento dentro da casa.

- Temos que passar pela cabana para chegar a floresta. - Ellis murmurou, olhando para o loiro. - É sua última chance de voltar, Malfoy.

- Vamos logo com isso.

Ele saiu na frente, confiante. Desviou da trilha de terra do desfiladeiro e deslizou pela grama, mais afastado da cabana de Hagrid, para evitar ser visto. Parou no meio do caminho e olhou para Ellis, esperando a garota se aproximar para continuarem descendo juntos.

Ao chegarem na planície da casa de Hagrid, agacharam-se e correndo para dentro da floresta o mais rápido possível. Esconderam-se atrás da primeira árvore que encontraram, os corpos trombando-se um com o outro, tentando ficarem atrás do tronco que não era largo o suficiente para os dois.

- Conseguimos.

- O que pretende fazer agora? Você ainda não me disse o que estamos fazendo aqui.

- Estou procurando pelo Duke. - ela segurou seu pulso, o puxando floresta adentro.

Quando se afastaram o suficiente da cabana de Hagrid, Ellis o soltou e olhou para os lados. O lugar estava escuro e eles mal conseguiam enxergar o que havia a sua volta. Ellis tirou a varinha de um dos bolsos e a ergueu, a balançou levemente, então disse uma única palavra que fez a ponta do objeto se acender, aluminando algumas áreas ao redor deles.

"Lumos!"

Virou-se para Draco, seu rosto agora estava iluminado com a luz que emanava de sua varinha.

- Trouxe sua varinha?

Ele balançou a cabeça, assentindo. Tirou a varinha do bolso, mostrando para Ellis.

- Acenda logo.

- O que?

- Balance, diga Lumos, e acenda.

- Como você sabe fazer isso?

- Eu estudo, Malfoy. Esses é um dos feitiços mais simples que existem. Vai, tente.

Apreensivo, Draco balançou a varinha e murmurou:

- Lumos!

A ponta dela se acendeu, o que o fez dar um sorriso alegre e convencido.

- Vem, por aqui.

Draco voltou a segui-la, apontando suas varinhas para os lados a qualquer barulho que chamasse sua atenção.

- Escuta, Duval, seria bom se você me dissesse o que é um Duke.

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The Best Of Me - Harry Potter - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora