TRINTA E SETE

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- Agora o que vamos fazer? - sussurrou Harry

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- Agora o que vamos fazer? - sussurrou Harry.

- É óbvio, não é? - falou Rony. - Temos que jogar para chegar do outro lado da câmara.

Por trás das peças brancas eles podiam ver outra porta.

- Como? - perguntou Hermione.

- Acho que vamos ter que virar peças.

Ele se dirigiu a um cavalo preto e esticou a mão para tocar seu cavaleiro. No mesmo momento, a pedra ganhou vida. O cabelo pateou o tabuleiro por um elmo para olhar Rony.

- Temos que nos unir a vocês para chegar do outro lado?

O cavaleiro preto confirmou com a cabeça. Rony virou-se para os outros três.

- Isto exige reflexão. Suponho que a gente tenha que tomar o lugar de quatro peças pretas.

Harry e Hermione ficaram quietos, observando Rony refletir. Ellis aproximou-se do amigo e disse:

- Bem, diga o que devemos fazer e faremos. Você é o melhor em xadrez aqui.

A frase de Ellis pareceu ter enchido Rony de confiança. Ele olhou para o tabuleiro por alguns segundos, depois voltou-se para os amigos.

- Harry, você toma o lugar daquele bispo, Ellis, você fica ao lado dele substituindo a torre. Hermione, você vai ser o rei.

- E você?

- Vou ser o cavaleiro.

As peças pareciam estar escutando, porque ao ouvir isso um cavaleiro, um bispo, uma torre e o rei deram as costas às peças brancas e saíram do tabuleiro, deixando as quatro casas vazias para eles ocuparem.

- No xadrez as brancas sempre jogam primeiro. - explicou Rony, observando o tabuleiro do alto do cavalo. - É... olhem...

Um peão branco avançou duas casas.

Rony começou a comandar as peças pretas. Elas se mexiam em silêncio indo aonde eram mandadas. Os joelhos de Harry tremiam. E se perdessem?

- Harry, ande quatro casas para a direita em diagonal.

O primeiro choque de verdade que levaram foi quando o outro cavalo foi comido. A rainha branca esmagou-o no chão e arrastou-o para fora do tabuleiro, onde ele ficou deitado imóvel, de borco no chão.

- Eu tinha que deixar isso acontecer. - disse Rony, abalado. - Assim você fica livre para comer aquele bispo, Ellis, ande.

Todas as vezes que eles perdiam uma peça, as peças brancas não mostravam piedade. Em pouco tempo havia uma coleção de peças pretas inermes encostadas à parede. Duas vezes, Rony reparou, em cima do lance, que Harry e Ellis estavam em perigo. Ele próprio disparou pelo tabuleiro comendo quase tantas peças brancas quanto as pretas que haviam perdido.

- Estamos quase chegando. Me deixem pensar... me deixem pensar...

A rainha branca virou o rosto vazio para ele.

- É... é o jeito... Preciso me sacrificar.

- Não! - Harry e Hermione gritaram.

- Isto é xadrez! A pessoa tem que fazer alguns sacrifícios! Dou um passo à frente e ela me come, isso deixa você livre para dar o xeque-mate no rei, Harry!

- Mas...

- Vocês querem deter Snape ou não? Olhe, se você não se apressar, ele já terá apanhado a Pedra.

- Faça, Rony! - gritou Ellis, sem pensar muito. - Não podemos perder mais tempo. Salvamos a pedra e voltamos para cá, para ajudar você. Mas precisa ser agora, Harry.

Não havia outra opção.

- Pronto? - perguntou Rony, o rosto pálido, mas decidido. - Então vamos, agora, não demore para ganhar a partida.

Ele avançou e a rainha branca o atacou. Golpeou o cavalo onde Rony estava montado com força, o partindo. Ele caiu com estrondo no chão, Rony junto dele. Hermione gritou, mas continuou parada em sua casa, a rainha branca arrastou Rony para um lado. Ele parecia ter sido nocauteado.

Trêmulo, Harry se deslocou três casas para a esquerda.

O rei branco tirou a corou e jogou-a aos pés dele. Os meninos tinham ganhado o jogo. As peças se afastaram para os lados e se curvaram, deixando o caminho livre para a porta em frente. Com um último olhar desesperado para Rony, seus amigos se precipitaram para a porta e para o corredor seguinte.

- E se ele...?

- Ele vai ficar bem. - disse Ellis com firmeza, tentando convencer a si mesma.

- O que acham que vai acontecer agora? - perguntou Hary.

- Passamos pelo feitiço de Sprout, Flitwick e xadrez deve ter sido de Minerva. - respondeu Hermione. - Faltam o feitiço de Quirrell e o de Snape.

Tinham chegado a outra porta.

Ellis parou, a mão encostando a maçaneta. Antes de abri-la, virou-se para os amigos e falou:

- Não acho que devemos esperar muito sobre o feitiço de Quirrell. Mas é bom estarmos preparados para o de Snape.

- Acha que ele faria um feitiço tão difícil sendo que ele mesmo quer roubar a Pedra?

Ela franziu as sobrancelhas, balançando a cabeça em negação.

- Sabe que não acredito nisso.

- Não acredita no que?

- Que seja Snape.

E abriu a porta, não deixando que Harry começasse uma discussão. Ele não acreditava nem um pouco em Severo, mas ela não se importava, não mais. Confia o suficiente em seu padrinho para acreditar que ele não trairia Dumbledore.

Um fedor horrível entrou por suas narinas, fazendo os três puxarem as vestes para cobrir os narizes. Os olhos lacrimejando, eles viram, deitado no chão diante deles, um trasgo ainda maior do que o que tinham enfrentado, desacordado e com um calombo ensanguentado na cabeça.

- Um trasgo... - murmurou Ellis para si mesma.

- Que bom que não precisamos lutar com este aí. - sussurrou Harry, enquanto, cautelosamente, saltavam por cima da perna maciça do trasgo.

- Não acham estranho? - perguntou Ellis.

- O que?

- Esse feitiço é o de Quirrell. Um trasgo.

- Idai?

- Snape nunca precisaria ameaçar Quirrell para saber como passar por um trasgo.

- Vamos, não estou conseguindo respirar!

Harry abriu a porta seguinte, os três mal se atreviam a olhar o que vinha a seguir. Mas não havia nada muito assustador ali, apenas uma mesa e sobre ela sete garrafas de formatos diferentes em fila.

- É o de Snape. - disse Harry. - O que temos de fazer?

Ao cruzarem a soleira da porta, imediatamente irromperam chamas atrás deles. E não eram chamas comuns. Eram rosas. Ao mesmo tempo, surgiam chamas pretas na porta adiante. Estavam encurralados.

- Olhe! - Hermione apanhou um rolo de papel que havia ao lado das garrafas.

Ellis continuou parada em frente as chamas roxas, os olhos as refletindo em um brilho... esperançoso?

Não conseguia parar de pensar no trasgo morto.

Harry aproximou-se de Hermione e espiou por cima do seu ombro para ler o papel:

The Best Of Me - Harry Potter - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora