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  Às duas e quarenta da tarde, Ellis encontrou-se com Rony e Harry no Salão Principal, como o combinado

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  Às duas e quarenta da tarde, Ellis encontrou-se com Rony e Harry no Salão Principal, como o combinado. Harry não parecia muito feliz, e após Ellis perguntar o motivo de sua expressão triste, perderam alguns minutos conversando sobre o assunto.

    A caminho do Salão Principal para encontra-la, Harry esbarrou com Snape no corredor. Depois do professor fazer algumas perguntas implicantes que Harry não soube responder, a Grifinória acabou, por fim, perdendo mais um ponto.

— Ânimo. – disse Rony. – Snape está sempre tirando pontos de Fred e Jorge.

— Você sabe porquê ele não gosta de mim, Ellis?

— Não. Não faço ideia. Mas ele sempre encrenca com algum aluno do primeiro ano, ainda mais quando se trata de alguém da Grifinória. Acho que você foi o sortudo da vez, Harry.

   O moreno suspirou, os ombros abaixados demonstrando seu desanimo.

— Não se preocupa, talvez ele esqueça de você ano que vem.

— Talvez?

   Ela deu de ombros.

— É o Snape. Nem mesmo eu o entendo.

— Vamos visitar o Rúbeo. Isso vai te animar.

    Às cinco para as três eles saíram do castelo e atravessaram a propriedade. Hagrid morava numa casinha de madeira na orla da Floresta Proibida. Uma besta e um par de galochas estavam à porta da casa.

    Quando Harry bateu à porta eles ouviram uma correria frenética e latidos ferozes. Depois, a voz de Hagrid dizendo:

— Para trás, Canino. Atrás.

   A cara barbuda de Hagrid apareceu na fresta quando a porta se abriu.

— Espere aí. Para trás, Canino.

   Ele os fez entrar, lutando para segurar com firmeza a coleira de um enorme cão de caçar javalis.

   Havia apenas um aposento na casa. Presuntos e faisões pendiam o teto, uma chaleira de cobre fervia ao fogão e a um canto havia uma cama maciça coberta com uma colcha de retalhos.

— Estejam à vontade. – falou Hagrid, soltando Canino, que pulou imediatamente para cima de Rony e começou a lamber-lhe as orelhas. Como Hagrid, parecia óbvio que Canino não era tão feroz quanto se esperava.

— Este é o Rony. – Harry disse a Hagrid, que fora despejar água fervendo num grande bule de chá e arrumar biscoitos num prato.

— Mais um Weasley, hein? Passei metade da vida expulsando seus irmãos da floresta.

    Os biscoitos quase quebraram os dentes deles, mas os três fingiram gostar e contaram a Hagrid como tinham sido as primeiras aulas. Canino descansou a cabeça no colo de Ellis e cobriu as vestes dela de baba.

     As três crianças ficaram contentes ao ouvir Hagrid chamar Filch de “guitarra velha”.

— Quanto àquela gata, Madame Nor-r-ra, às vezes eu tenho vontade de apresentar o Canino a ela. Sabe que todas as vezes que vou até a escola ela me segue por toda parte? Não consigo me livrar daquela gata. É Filch que manda ela fazer isso. Sabe Ellis, você deveria conversar com ela. Pedir para ela parar de ser tão chata.

— Madame Nor-r-ra não gosta muito de conversas.

— Do que vocês estão falando? – perguntou Rony, confuso. Hagrid olhou para Ellis, tão confuso quanto o ruivo.

— Snape achou melhor que eu não contasse a ninguém sobre isso, então, por favor, não espalhem o que vou dizer aqui, tudo bem? – Harry e Rony ajeitaram-se em suas cadeiras, ansiosos. – Digamos que eu consiga.... hm... falar com os animais.

— Você é como um Poliglota?

— Hm... não. Eu só consigo entender os animais. Nada de outras línguas humanas.

— Então eles falam com você? – questionou Harry. – Com palavras?

— Nem todos usam palavras. Mas é como se fosse. Eu consigo saber o que eles querem, o que estão sentindo, o que estão tentando dizer. Coisas que vocês não entenderiam tão facilmente.

— Como assim “nem todos usam palavras”? – repetiu Rony.

— Alguns animais tem mais facilidade de se comunicar do que outros. É algo difícil de explicar, na verdade.

— E isso é comum? – perguntou Harry. – No mundo bruxo. É comum bruxos que falam e entendem os animais?

— Não, Harry. – disse Hagrid. – É muito difícil encontrar um bruxo que se comunica com os animais.

    A conversa sobre os animais não durou muito mais tempo. Logo Potter mudou o assunto, fazendo um comentário sobre Snape para Ellis, que acarretou em uma pergunta de Hagrid. Harry, então, contou a ele sobre o ocorrido no corredor e na última aula que tiveram com o professor.

— Mas ele parecia que realmente me odiava.

— Bobagem! Por que odiaria?

   Mas Harry e Ellis não puderam deixar de pensar que Hagrid evitou encará-lo quando disse isso.

— Como vai seu irmão Carlinhos? – perguntou Hagrid a Rony. – Eu gostava muito dele. Tinha muito jeito com os animais.

    Harry se perguntou se Hagrid teria mudado de assunto de propósito. Enquanto Rony contava tudo sobre o trabalho de Carlinhos com dragões, Harry apanhou um pedaço de papel que estava sob o abafador de chá. Era uma noticia recortada do Profeta Diário. Ele leu a pequena parte da notícia que falava sobre o roubou em Gringotes. Lembrou-se que Rony contara no trem sobre isso, mas não mencionara a data.

— Rúbeo! – exclamou Harry. – Aquele arrombamento de Gringotes aconteceu no dia do meu aniversário! – ele olhou para Ellis. – Quando nós fomos comprar nossos materiais. Talvez estivesse acontecendo enquanto a gente estava lá!

    Não havia a menor dúvida, desta vez Hagrid decididamente evitara encarar Harry.

    Resmungou alguma coisa e lhe ofereceu mais um biscoito. Harry releu a notícia, então Ellis pegou o papel em sua mão e passou a lê-lo também. “O cofre aberto na realidade fora esvaziado mais cedo naquele dia”. Hagrid esvaziara o cofre setecentos e treze, se é que podia chamar de esvaziar alguém levar aquele pacotinho encalombado. Seria aquilo que os ladrões estavam procurando?

    Quando Harry, Rony e Ellis voltaram ao castelo para jantar, tinham os bolsos pesados com os biscoitos que a educação impedira de recusar. Harry pensou que nenhuma das aulas que assistira até ali tinha lhe dado tanto o que pensar quanto o chá com Rúbeo Hagrid. Será que Hagrid tinha apanhado o pacote bem na hora? Onde estava o pacote agora? Será que ele sabia alguma coisa de Snape que não queria contar a Harry?

    A voz de Ellis o fez pausar a sequência de perguntas a si mesmo, mas lhe causara ainda mais certeza do que pensava no segundo seguinte.

— Hagrid está escondendo algo de nós.

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The Best Of Me - Harry Potter - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora