Capítulo 09

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Os passos seriam mais lentos e cautelosos se a cada segundo não esbarrasse nas latas de óleo seca — e talvez se devesse a isso o cheiro forte de gasolina, como se estivessem em uma oficina —, e nas barras de ferro soltas pelo chão úmido e sujo. Tudo se tornava mais difícil por conta das grandes sacolas que carregava nos braços e das duas caixas em suas mãos. As coisas haviam se tornado complicadas desde o exato momento em que a decisão de tirar o piloto da Jung Corporation foi tomada.

O Park estava enfraquecido, a base de antibióticos, sedativos e outras substâncias que provavelmente não seriam necessárias. Esse fato ajudou um pouco na hora de tirar ele do quarto, pois Jimin não podia fazer qualquer objeção. Por outro lado, com ele sem poder caminhar com as próprias pernas e se mover lucidamente, acabou ficando complicado o trabalho de arrastar o corpo do rapaz, que ainda estava com vida.

O tilintar dos dois materiais que bateram um contra o outro assim que a porta foi aberta, fez com que o loiro abrisse os olhos, buscou mover o braço direito, mas este não parecia obedecer aos seus comandos, porém, ainda assim, ele os sentia, e percebeu que algo apertava seus pulsos. O local estava abafado, com poucas frestas de luz, e sua visão era incerta — parecia querer o confundir.

A única coisa da qual o piloto tinha certeza, era de que a quantidade de medicamentos ingerida tinha sido bem maior do que o necessário. Como se não quisessem apenas curar sua dor, e anestesiar os efeitos pós cirurgia. Pelo menos até o momento, aquela quantidade exorbitante de remédios não tinha acarretado algo pior e fatal.

Ele ficou em alerta, movendo a cabeça de um lado para o outro assim que percebeu que não estava mais sozinho. Ouviu um baque, e algo que parecia um xingamento baixinho. A cada passo que aquela pessoa dava, Jimin sentia a necessidade de se mover, mas lhe faltava força e energia para isso. As memórias de quando foi aceito na Kiire Joks, das festas de comemorações, da grande euforia, e do maldito dia do acidente, invadiam a mente do homem naquele instante. Pareciam lembranças distantes, ofuscadas por flashes que faziam-no recordar a hora exata em que a moto capotou.

Naquele dia foi um susto para todos, por um ou dois segundos as pessoas ficaram perplexas. Mas logo vieram os socorristas, a equipe da Kiire Joks, e a multidão que gritava por Jeon Jung Kook. No entanto, a maior surpresa, foi ver os fios loiros do rapaz serem revelados assim que tiraram o capacete.

Todos tinham a certeza de que não era Jung Kook. Ali cresceu a dúvida e a vontade de descobrir onde a estrela da Kiire Joks estava. E as únicas coisas que Jimin lembrava claramente antes de ficar desacordado era o cheiro de pneu queimado, quando freou, e a dor que sentiu ao fechar os olhos, tendo o corpo arremessado com ímpeto. Dali em diante só se lembrava de ter acordado no hospital, cercado de aparelhos e com mais dores do que se podia imaginar.

— Uh, você acordou. — A outra pessoa parecia estar surpresa por ver o Park de olhos abertos, com tentativas falhas de se mover — Você acordado é uma grande ameaça para muitas pessoas, sabia disso? — Ganhou mais proximidade e segurou firme o queixo dele com uma das mãos — Shiii, fique quieto. Respire, deixe-me ver aqui. — Retirou uma pequena lanterna do bolso da calça jeans e focou nos olhos do Park, que já estavam arregalados por si só — Um cara sortudo, gosto disso. Mas tem pessoas que não curtem muito esse fato, acha que temos que dar um jeito nisso, hum? Não queremos ver ninguém zangado.

 Mas tem pessoas que não curtem muito esse fato, acha que temos que dar um jeito nisso, hum? Não queremos ver ninguém zangado

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