Capítulo 23

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Nam Yoo-ri batia freneticamente o pé no piso da caixa metálica, enquanto descia. Seu coração estava apertado. O elevador se aproximava do primeiro andar do hospital e ela não sabia o porquê, mas seus batimentos cardíacos se tornavam cada vez mais acelerados.

Seria devido a seus pais? Ou de Jung Kook? Talvez Yu-na? Namjoon? Ela ainda não falara com ele, nem checara o celular. Sua mente estava agitada e sua intuição pedia que permanecesse no hospital com a irmã. Mas Yoo-ri não podia para sua vida devido à Kiire Joks. Precisava continuar seguindo sua vida naturalmente, se não quisesse levantar ainda mais suspeitas. Precisava trabalhar, no Diário de Monev — ainda tinha de pensar em algo para difamar Jung Hoseok e evitar suspeitas acerca de seu envolvimento com ele.

E, por mais que escrever matérias sobre o alto preço dos supermercados ou sobre o aumento das taxas de juros bancários, em investimentos imobiliários, não fosse o que queria fazer, Yoo-ri precisava dedicar sua atenção a outra coisa, ou ficaria louca. Quem sabe perturbar Namjoon, ou assombrar os estagiários, não aliviasse seu coração?

Porém, havia uma vozinha matutando a mente da jornalista, lhe dizendo que parte de sua inquietação era justamente por um certo coração. Um que a preocupava — o coração de Jung Kook.

Ah! Por que ele tinha que compreender as coisas de maneira errada? Maldito orgulho! Orgulho que não permitia a nenhum dos dois pedir desculpas ou dar o primeiro passo, mesmo para agir com implicância, um, na cola do outro.

O elevador parou. Yoo-ri saiu, cumprimentando a moça da recepção. Quando as portas automáticas da entrada do hospital se abriram, como em um filme de terror, um vento frio, carregando energias ruins, fez Yoo-ri estremecer ao senti-lo bater contra si. Ótimo! O céu estava escuro, nuvens pesadas o cobriam, tudo que precisava para completar aquele dia desastroso era um belo banho de chuva.

Yoo-ri desceu rumo a avenida, devagar, e quando ergueu o olhar teve a certeza de que aquele dia era uma verdadeira sexta-feira treze, implementada no início da semana.

Sua má sorte estava bem ali, com um sorriso matreiro, óculos de sol, uma camisa de cetim azul-escuro e um blazer aberto. Pela primeira vez, os cabelos do herdeiro Jung estavam bagunçados, enquanto ele se escorava no próprio carro.

— Eu sabia que algo ruim estava para acontecer, só não sabia que seria tão ruim assim. — Yoo-ri parou no último degrau, ficando da altura do herdeiro.

— Você é muito rude, srta. Nam.

— Não é porque temos um acordo que sou obrigada a fingir que gosto de você. Nós dois sabemos que por mim, você e todo aquele povo da sua laia estaria na cadeia.

— Não é bom ameaçar um aliado — Hoseok retirou os óculos de sol e o jogou no carro. — Quero que venha comigo, vou mostrar a você as provas que tenho.

— Há algo que gostaria de esclarecer com você. — Yoo-ri desceu do degrau e ficou a poucos centímetros do herdeiro. Suas íris castanhas ardiam em raiva e afronte.

Hoseok olhou-a de cima a baixo, deixando que um sorriso de escárnio escapasse de seus lábios.

— Diga.

— Você pode até trair seus aliados, já que é normal quando se vive entre cobras. Mas, embora eu entenda que você não queira Jung Kook envolvido em nosso acordo, porque eu também não quero, saiba que meus motivos são porque não quero metê-lo em ainda mais confusão. Então, nunca mais, nunca, pense em afastar meus amigos de mim, achando que vai se beneficiar com isso, seu canalha! Eu sei que você só falou tudo aquilo sobre o Jung Kook porque sabia que ele estava ouvindo. Se quiser que eu siga as regras desse seu jogo imundo, é melhor seguir as minhas também.

Kiire JoksOnde histórias criam vida. Descubra agora