Capítulo 28

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Yoongi pressionou as têmporas ao entrar na sala e ler a manchete do jornal da manhã. Ele rapidamente atravessou a sala, tomou o controle da mão de Jimin, cujo corpo estava dobrado no sofá, de tanto gargalhar, e desligou a televisão.

— Você é idiota? Não vê que isso é sério?

Jimin secou uma lágrima que escorria no canto do olho direito.

— Aquela notícia é tão ridícula que dá vontade de rir. — explicou, jogando os fios loiros para trás — Jung Kook me assassinou porque descobri algo sobre o esquema podre dele. Estou no além! Não acha isso hilário?

— Eu não estou vendo nada engraçado aqui — Jung Kook resmungou, cerrando os punhos sobre os joelhos. Ele fechou os olhos e inspirou profundamente, tentando controlar a raiva que fervia dentro de si.

Mais uma vez seu nome estava nas manchetes do jornal. Desta vez como cúmplice de Jin-a, graças a foto que algum infeliz conseguira tirar dos dois, deixando o hospital no dia anterior, após visitar Yoo-ri e lhe fazer a proposta de trazer Yu-na para se recuperar na casa dele. Mas não era o suficiente insinuar estar envolvido na falcatrua de Ji-na, levando um homem a se suicidar na prisão, também o culpavam pela "morte" de Park Jimin, o piloto que o substituíra no último dia do campeonato Kiire Joks.

Não se falava de outra coisa nas redes sociais.

O piloto desaparecido havia ressurgido, como um drogado assassino.

Jung Kook enterrou o rosto nas mãos e urrou. Seus pés estavam enfiados até o talo numa bacia de bosta.

— O que quer fazer quanto a isso? — Yoongi perguntou, tocando-o no ombro. — Me diga, se tiver um plano b.

— Tenho certeza de que ele vai esperar a Yoo-ri chegar para ver o que ela acha — Jimin olhou a hora para o relógio que havia na parede da sala. — Ela já deve estar chegando.

— Não posso ficar parado vendo minha imagem ser destroçada dessa maneira! Preciso dar as caras e rebater essas mentiras! Com você — olhou para Jimin com as sobrancelhas erguidas e os lábios enrugados.

— O quê?! — Jimin esbugalhou os olhos. — Tá maluco? Não. Nem pensar. Gosto de viver.

— Você veio aqui pra quê? Pensei que quisesse se vingar deles e voltar a ver a luz do sol, assim como eu.

— Ah, certo. O que acha de marcarmos uma coletiva de imprensa e chegar lá de mãos dadas, sorrindo que nem dois idiotas, para dizer a todos que não só estou vivo como estamos juntos, na sua casa, com as irmãs Nam? Talvez possam me incluir na lista de comparsas da Jin-a, como sequestrador de uma presidiária que em breve estará foragida!

— Me parece uma excelente ideia! — Jung Kook retrucou no mesmo tom sarcástico de Jimin — Desde que saibam que não matei você, tô pouco me fodendo com o resto!

— Você será preso antes que possa proferir qualquer coisa, Jung Kook, e não quero nem pensar o que aquela corja faria com Jimin — os três rapazes giraram o pescoço ao ver Jin-a entrando na sala.

As costas dela, era possível ver o movimento dos profissionais que havia contratado para ajudar a transformar um dos quartos de hóspedes num quarto equipado para homecare, onde Yu-na passaria as próximas semanas e faria a reabilitação quando os efeitos dos medicamentos lhe permitissem recobrar a consciência.

— Obrigada por sempre me salvar, Jin-a! — Jimin sorriu largo, encolhendo as pálpebras para a recém-chegada, que limpou a garganta e coçou o nariz quando o fulgor se alastrou pelo pescoço.

— Como eu dizia... — ela continuou — o mais sábio a se fazer agora é ler todos os arquivos que encontramos na maleta de Seokjin, reunir com as informações que Yoo-ri possui, e tentar abrir o baú que você mencionou ter encontrado no sótão da casa dela. Quem enfrenta um leão, sem armas, é devorado antes mesmo de piscar os olhos. Não faça nada precipitado.

Kiire JoksOnde histórias criam vida. Descubra agora