Capítulo 25

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O que seria o carma? Uma resposta do destino para algo que fizemos de errado, ou simplesmente o sentimento de culpa que nos consome e faz com que paguemos por isso? Uns acreditam que também possa ser uma praga, jogada por alguém a quem fizemos mal.

Porém, Jung Hoseok sempre fora cético, mesmo tendo pragas jogadas contra si, e pessoas que pediam para ele ter o troco por tanta maldade.

Todavia, ao abrir os olhos — uma das poucas partes do corpo que ele era capaz de sentir naquele momento, sem qualquer dor —, teve duas sensações: deja vu e carma.

O coração batia fraco inicialmente, e um zumbido estridente alcançava os tímpanos dele, mas quando o herdeiro recobrou a consciência, e bateu as pestanas vagarosamente, buscando enxergar com mais facilidade, ele viu os médicos e enfermeiras, ou pelo menos um vislumbre deles.

O desespero tomou conta do peito do herdeiro Jung, e um brilho surgiu nas íris esverdeadas tomadas pelas lágrimas. Não, não podia, ele não queria acreditar merecer tal sofrimento mais uma vez.

— Doutores! — Uma das enfermeiras gritou alarmada. — O rapaz acordou, está consciente.

— Deixe-me ver — um dos médicos pediu licença e passou para o lado de Hoseok. Com uma pequena lanterna iluminou os olhos do herdeiro. — Senhor Jung? Está me ouvindo? Consegue me ouvir?

Ainda que eles estivessem ali, Jung Hoseok podia ouvi-los como se fossem um eco, longe, tão distante que as memórias eram incapazes de escapar. Elas retornaram, como espinhos que rasgavam a alma do rapaz, e feriram seu corpo, causando-lhe mais dor do que ele deveria sentir. Mais do que ele conseguiria aguentar naquele momento. Mexeu a mão, mas era como se tivessem enfiado uma faca, doía, doía demais! Ele havia sido extremo até ali.

— A moça ainda não acordou. — Uma médica, a mais nova, no último ano de residência, avisou.

As portas da sala foram abertas e outro residente entrou afoito, segurando papéis nas mãos enquanto seus olhos cheios de olheiras expressavam bem a noite trabalhosa que ele teve.

— O rapaz é Jung Hoseok, de 26 anos, herdeiro da empresa Jung Corporation e dono do veículo atingido, sofreu um acidente de moto grave há anos. — Passou a folha para ler as outras informações. — A moça é Nam Yoo-ri, jornalista que trabalha no diário de Monev. Acompanhava o rapaz no banco do passageiro.

— Okay. Sr. Jung, consegue me ouvir? Serei o médico responsável pelo senhor.

Hoseok tentou mexer o pescoço, mas algo o impedia, a tala posta pelos paramédicos ainda estava sendo retirada. Quando tirada, ele tentou mexer, porém, uma fisgada o alcançou bem no pescoço. O herdeiro pressionou os olhos, queria que aquilo fosse um pesadelo.

Por que o destino havia trazido ele de volta para o seu pior medo? Ele sabia a resposta, mas não aceitava.

O peito começou a subir e descer freneticamente, os olhos ganharam mais intensidade quando ele os arregalou, e antes que tentasse gritar de dor, para pedir que o tirassem dali, os médicos que perceberam a alteração no aparelho de batimentos, tomaram as providências. Gradualmente Jung Hoseok parou, sua visão tornou-se embaçada, e nada ele conseguiu proferir, apenas uma lágrima escapou e escorreu pela bochecha antes de apagar completamente.

 Gradualmente Jung Hoseok parou, sua visão tornou-se embaçada, e nada ele conseguiu proferir, apenas uma lágrima escapou e escorreu pela bochecha antes de apagar completamente

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Kiire JoksOnde histórias criam vida. Descubra agora