Capítulo 34

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As cortinas entreabertas permitiam que a luz difusa do dia nublado se espalhasse suavemente pelo ambiente, criando uma atmosfera serena e etérea. Os tons de cinza pálidos dominavam o céu, refletindo-se de forma suave e aconchegante nas paredes do quarto. Yoo-ri se espreguiçou lentamente sob os lençóis macios, sentindo uma temperatura calorosa ser emanada para seu corpo, só então notando que Jungkook estava ao seu lado.

Os cabelos dele haviam crescido alguns centímetros desde que haviam se conhecido — uma eternidade parecia haver se passado desde aquele dia — e caía sobre seus olhos em um emaranhado de fios. A respiração suave passava por entre seus lábios entreabertos. Yoo-ri contemplou aquela vista por um momento, apreciando a serenidade no semblante adormecido dele de Jeon. Seu coração deu um solavanco quando ele se moveu e passou o braço por cima dela, a puxando para mais perto dele. O corpo dela ficou paralisado. O coração batia tão rápido que temia acordá-lo com seus ruídos.

Ela engoliu um suspiro de alívio ao perceber que ele continuava dormindo. Merda. Que diabos ela estava fazendo naquele momento? Yoo-ri não podia nem sequer balançar a cabeça ou expressar sua frustração naquele instante, pois temia acordá-lo, mas sua mente lhe condenava a cada instante que passava como se nada estivesse acontecendo. Como se pudesse se dar ao luxo de viver uma vida como qualquer outra jovem mulher de sua idade — se apaixonando por caras como Jeon Jungkook.

Nam Yoo-ri não podia se dar aquele luxo, ainda assim na noite anterior se deixou levar pelos caprichos do piloto... Droga, Nam Yoo-ri!, repreendeu a si mesma. Não havia tempo para aquilo. Não havia tempo para desperdiçar sentindo o calor do corpo de Jeon a envolver, de ouvir os sons dos batimentos cardíacos dele se misturarem ao dela ou de apreciar o aroma suave que emanava da pele dele. Tampouco com beijos naqueles lábios macios e sedoso.

Um rubor intenso escalou pelo pescoço dela até alcançar as bochechas.

Decidida a agir como deveria agir, e parar de perder tempo com coisas nem sequer deveria ter permitido começar, Yoo-ri tirou o braço de Jungkook de cima de si com muito cuidado e tão devagar que mais uma eternidade pareceu se passar.

Quando finalmente conseguiu sair da cama, puxou um dos travesseiros que estavam no chão e colocou cuidadosamente no lugar em que antes ela estava.

Com um suspiro de contentamento, ela se espreguiçou e alongou os músculos.

Jungkook não pareceu notar sua ausência. Ele não se mexeu nem mesmo enquanto ela revirava as próprias roupas em busca de algo plano e escuro. Quando achou um moletom de capuz cinza escuro, o vestiu rapidamente, pegou uma bolsa de tamanho médio com tudo que precisaria para o que pensava em fazer, e saiu do quarto.

Sua primeira parada foi o quarto de Yuna. Yoo-ri a observou por longos minutos, acariciando seu cabelo, enquanto trocava breves palavras com os enfermeiros. Eles ainda não tinham previsão de quando ela acordaria do coma, mas a medicação que induzia o coma já havia sido cortada. O cérebro de Yuna não estava mais inchado, mas estavam tomando todos os cuidados para evitar que ela despertasse com sequelas graves.

Não havia garantias de que Yuna despertaria da maneira como Yoo-ri se lembrava e aquele fato deixava um gosto ruim em sua boca, além de seu pesar em seu coração.

Aquele maldito, ela praguejou mentalmente. Kim Seokjin pagaria mil vezes mais, por seus crimes, se Yuna ficasse com sequelas.

Resignada, Yoo-ri seguiu para o primeiro andar. As janelas da sala estavam fechadas, Yoongi não está me nenhum lugar da sala de estar. Nem Jimin, tampouco Jin-a. Não que Yoo-ri quisesse ver a cara daquela mulher tão cedo. Mas era estranho porque ainda eram sete horas da manhã e todos haviam ido dormir tarde na noite anterior...

Kiire JoksOnde histórias criam vida. Descubra agora