Capítulo 11

319 39 1
                                    

Mesmo que o moreno tivesse insistido, várias vezes seguidas, pedido, e até dito que se a garota não ficasse quieta, ele a mandaria embora, Yoo-ri não parava. A jornalista pisava firme andando de um lado para o outro e quando chegava perto de algum dos barcos tamborilava insistentemente. Sempre fazia isso quando precisava se recordar de algo. Agora Jung Kook é que estava sentado, ainda um pouco pensativo depois de escutar a garota falar sobre a suposta morte de Jimin. Ele mesmo não acreditava, não podia acreditar.

— Isso! — Yoo-ri bateu as mãos no ar e um sorriso de pura satisfação surgiu nos lábios finos da garota — Eu lembrei.

— Lembrou... — Jung Kook incentivou, gesticulando com as mãos, pedindo que ela prosseguisse.

— Não é só você, Jeon Jung Kook, que tem informações preciosas sobre a Jung Corporation. — Yoo-ri fixou os olhos escuros como a noite, e tão intensos quanto, no piloto, que se perdeu por alguns segundos observando a maneira confiante com que a jornalista olhava para ele. Mas ao perceber que a havia observado por tempo demais, Jung Kook umedeceu os lábios e abriu a latinha de cerveja que tinha em mãos, dando gole de uma vez só.

— E quem mais tem essas informações, Yoo-ri?

— Desde pequena eu sempre olhei com muito orgulho para minha irmã e para a profissão dela. Yu-na é meu exemplo. Mas por causa de gente como essa a qual você trabalhava, as mesmas que frequentavam suas festinhas, que minha irmã foi parar na cadeia. Injustamente. Yu-na não é, e nunca foi culpada, de nada do que foi acusada. Minha irmã só está naquele lugar imundo, porque descobriu coisas muito sujas relacionados a Kiire Joks e outras empresas.

— E você sabe que coisas são essas? Já que está dizendo que sua irmã é inocente.

— Yu-na é inocente. — Yoo-ri disse de maneira firme, num tom de voz alterado.

A jornalista não podia, e não ia ouvir insinuações relacionadas a sua irmã. Desde que a irmã dela foi presa, a família Nam teve que ouvir fofocas sobre a índole da filha mais velha e até coisas que nem havia acontecido. Receber olhares tortos dos vizinhos não foi nada fácil. Nam Mi-ra sofreu tanto que não aceitava que nada relacionado ao ocorrido fosse dito em sua casa. Nem uma palavra contra sua primogênita. Pelo mesmo motivo, Yoo-ri preferiu omitir sua profissão da própria mãe.

— Calma, Yoo-ri. Não estou acusando sua irmã. — Jung Kook deixou a latinha de lado e levantou-se, ganhando certa proximidade da garota e cobrindo a jovem de baixa estatura — Só estou repetindo o que você disse. Se vamos trabalhar juntos temos que ter pelo menos o mínimo de confiança um no outro.

— Certo. Yu-na passou a investigar as coisas que ocorriam, ela se meteu onde não devia, que ironicamente, é o que estou fazendo agora. — Yoo-ri falou mais para si mesma, levando as mãos até a nuca, acariciando os fios que ficavam ali — Continuando, quando ela estava prestes a expor tudo, foi dada como laranja. Um dinheiro que minha irmã nunca teve foi encontrado na conta dela. As acusações caíram em cima dela, toda a investigação foi para o lixo junto a sua carreira e qualquer dignidade que ela tinha.

— Quando você diz que toda a investigação dela foi jogada no lixo, fala como se fosse uma metáfora ou realmente foram para o lixo?

— Quando a pegaram no "flagra" levaram algumas coisas como provas. Não sei exatamente o que, mas acredito que se fossem coisas importantes, nesse ponto já devem ter sido queimadas. Porém, Yu-na é inteligente, deve ter guardado algo. E se guardou está com meus pais. O que é um empecilho, considerando minha mãe.

— Por quê?

— Porque ela não quer ouvir esse assunto. Se sobrou algo, devem ser coisas superficiais. Ou seja, o que nos resta, Jung Kook, é pesquisar e investigar por conta própria. Com nossas próprias fontes. O problema é que para todos você agora é uma espécie de fantasma, morreu ou sumiu.

Kiire JoksOnde histórias criam vida. Descubra agora