Capítulo 04

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A moça de cabelos escuros e ondulados, abaixo dos ombros, desceu do Azera branco assim que o veículo parou defronte a casa de tijolos vermelhos — o exterior envelhecido pelo tempo a destacava das demais construções que circundavam a vizinhança.

Apesar da distância a postura da moça e o cordão vermelho que contrastava com a camisa branca que ela vestia indicava que aquela não era a simples visita de uma conhecida do homem que vivia naquele sobrado.

Ela cheirava a segundas intenções — para não dizer abutre —, para qualquer transeunte na rua vazia ao subir os degraus da entrada com a mão dentro da bolsa.

Como se sentisse o olhar que a seguia desde que saiu do carro, a jovem parou subitamente e girou o pescoço para a direita. Com os olhos castanhos, sem côncavo, espremidos, ela vasculhou a vizinhança que a cercava.

Ao passo em que ouviu o miado de um gato e algumas latas de metal reverberarem no beco escuro e estreito, próximo aquela casa, os pés dela se moveram na mesma direção que os ruídos.

— Yoo-ri? Para onde está indo?

A morena girou sobre os calcanhares encontrando o olhar confuso de Namjoon, que a observava com a testa franzida.

— Esta é a casa que pertencia ao pai do Jeon — Namjoon continuou, apontando para a residência a esquerda de ambos com o queixo.

— Pensei ter visto algo... — Yoo-ri voltou o rosto para o beco a tempo de ver um gato branco correr até o outro lado da rua.

­— Parece que era só um gato. Que tal irmos atrás de um furo? — Namjoon exibiu os dentes com uma piscadela antes de dar as costas à colega, tomando a dianteira.

— Um gato, hein? — Yoo-ri murmurou e fitou o beco estreito mais uma vez antes de seguir Kim.

Havia inúmeras qualidades e defeitos que a tornavam uma jornalista diferente do parceiro, ainda que os dois se dessem bem. E um desses fatores eram seus instintos — pois eles quase nunca falhavam. E não era preciso de uma intuição para a convencer dos pensamentos que tomavam forma em sua mente frenética.

Ela tinha certeza de que gatos não espreitavam casas.

Nam Yoo-ri empinou o queixo e inclinou a cabeça para o lado

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Nam Yoo-ri empinou o queixo e inclinou a cabeça para o lado. Seus olhos afiados perscrutando a feição do rapaz sentado no sofá marrom puído com os braços abertos no encosto da mesma maneira que havia analisado aquele cômodo ao adentrar a residência com Namjoon.

O rapaz de madeixas prateadas e olhos miúdos e puxados (semelhantes aos de um gato javanês), parecia estar ali sozinho, apesar das diversas latas de cerveja geladas fechadas com alguns petiscos embrulhados e dois pratos de porcelana ao lado, sobre a mesa de centro. Indícios de que, se estava sozinho, esperava alguém.

— Quem é você? — Inquiriu a morena, cruzando os braços.

— Eu? — O rapaz arqueou uma das sobrancelhas, olhando Yoo-ri diretamente nos olhos — Eu que deveria te perguntar isso, visto que está na minha casa. Com seu... namorado?

Kiire JoksOnde histórias criam vida. Descubra agora